Mitos e verdade sobre melasma

Publicado por link9 em

1 Melasma é mancha da gravidez

 MITO

O melasma é uma mancha acastanhada que aparece principalmente no rosto de mulheres morenas adultas. É uma hipercromia muito comum no Brasil e aparece com frequencia na gravidez. No entanto não é uma doença exclusiva da gravidez pois surge com alta incidência em mulheres não grávidas.

Durante a gravidez há inúmeras alterações hormonais e uma delas é o aumento do hormônio melanócito estimulante que por sua vez provoca maior  produção de melanina.

Por causo do aumento desse hormônio as mulheres grávidas tem maior chance de ter o melasma na gravidez além de apresentarem escurecimento no mamilo, região íntima e também na “linha alba” que aparece dividindo o abdômen ao meio. Portanto, o melasma é muito frequente na gravidez, mas não exclusivo da mesma.

2 O melasma não tem cura

VERDADE

O melasma não tem cura, mas tem controle. As pessoas com predisposição para essa hiperpigmentação têm isso impregnado no seu gene que é pessoal e definitivo. Sabemos, no entanto que vários estímulos internos e externos provocam o aparecimento ou a piora do melasma. Entre esses fatores estão: sol, calor, hormônios, estresse, medicamentos, traumas locais, entre outros.

O tratamento do melasma com proteção adequada da pele e combinação de substâncias tópicas, sistêmicas e procedimentos como peelings e laser, podem melhorar o melasma e deixa-lo sob controle. Porém, caso haja exposição solar sem proteção, agressões à pele por tecnologias com muito calor ou estresse excessivos ele pode voltar e piorar ao longo do tempo.

3 Se não tomar sol não precisa usar protetor solar para o melasma.

 MITO

Sim, no caso de ser portadora do melasma é necessário usar filtro solar constantemente, mesmo que não esteja indo tomar sol na praia ou no clube. Qualquer luz e calor provocam o melasma, mesmo que essa luz seja da janela ou do dia a dia.

A radiação ultravioleta que tem vários subtipos como: UVB, UVA, luz visível é a maior provocadora do melasma, sendo necessário filtro solar com proteção especifica para todas elas. Portanto, é importante que o filtro tenha proteção para UVB (FPS) alto > 60 e que a proteção para UVA seja 1/3 daquela para UVB ou seja (PPD) 20. Além disso, o filtro deve ter pigmentos para proteção à luz visível. Os filtros conhecidos até o momento não têm a propriedade de proteger em relação à luz visível e somente a cor pode realizar essa função. O filtro deve esconder a mancha e ser usado de três a quatro vezes ao dia.

4 Maquiagem com cor protege em relação ao melasma

MITO

A cor de uma base cosmética pode proteger em algum grau, porém não é suficiente para evitar a piora do melasma, que piora e escurece com a luz visível. Lembrar que 40% da luz do sol é de luz visível. Os filtros solares existentes no mercado protegem em relação à radiação UVB e UVA, mas nenhum deles, mesmo que com número alto, protege da luz visível.

Hoje sabemos que a luz visível não causa queimadura como a luz UVB e nem câncer de pele como a luz UVB e UVA, mas causa escurecimento importante. Além disso, ela piora e mancha muito mais nas peles morenas e manchadas. Então a luz visível é muito pior para quem tem melasma do que as outras radiações. Como não existe filtro solar para luz visível, temos que usar um filtro que tenha pigmentos coloridos que conseguem absorver a mesma. O melhor pigmento para esse fim é o óxido de ferro com boa capacidade de absorção da luz visível. Portanto, não adianta usar base, mesmo que seja em cima de um bom filtro solar, pois é necessário que a formulação do protetor contenha um pigmento que proteja adequadamente desta parte da radiação.

Também é importante usar o filtro de 3 a 4 vezes ao dia. O filtro tem que esconder a mancha. Esse é o parâmetro para garantir proteção verdadeira no melasma.

5 Laser provoca o melasma

MITO

Essa afirmação é falsa, porém com algum grau de verdade. As peles morenas com predisposição genética para terem o melasma quando forem tratadas com tecnologias que liberem calor excessivo podem apresentar o início do melasma devido esse gatilho.

Os aparelhos de laser, usados para o tratamento de manchas liberam calor para destruir os pigmentos. Sendo assim, lasers com energias altas podem destruir a melanina, porém o calor irá estimular formação de mais pigmento. Sendo assim os lasers utilizados para o tratamento do melasma são de baixa frequência (energia) e com pulsos muito rápidos. A combinação de pulso rápido e energia baixa libera pouco calor na pele, eliminando a mancha sem causar efeito rebote.

O laser que melhor combina esses parâmetros é o Nd Yag 1064 Q-switched, que combina energia baixa com pulso curto (nanosegundos). Sendo assim, há necessidade de várias sessões, entre 12 a 15 semanais, para que aos poucos o pigmento seja eliminado sem agressão significativa. Durante o tratamento é importante hidratar e proteger constantemente a pele além de manter o tratamento previamente prescrito pelo médico.

 

Dra. Denise Steiner
Dermatologista
CRM: 36.505 - RQE 6185

 

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