MELASMA – Muito além de uma mancha
O melasma é aquela mancha marrom escura que aparece no rosto de mulheres jovens e morenas, provocando desconforto e baixa autoestima.
Essa mancha está longe de ser somente excesso de melanina mas representa um funcionamento desequilibrado da pele de pessoas com essa predisposição.
A genética é importante e no nosso meio temos mistura de etnias e peles mais morenas. As mulheres jovens e morenas são mais comprometidas que os homens.
O sol com sua radiação múltipla englobando vários comprimentos de onda como UVB, UVA e luz visível é o principal responsável pelo aparecimento do melasma.
A luz visível faz parte da radiação solar com percentual de 40%. Essa luz provoca escurecimento da pele, principalmente de peles morenas.
A luz UVB é responsável por queimadura e câncer de pele e a luz UVA provoca envelhecimento e escurecimento. A luz visível só provoca estímulo da melanogênese.
É interessante lembrar que não há protetor solar em relação à luz visível e somente pigmentos como óxido de ferro, acrescentados ao filtro conseguem proteger a pele.
Portanto o filtro solar, para quem tem melasma, além de proteção FPS para UVB e PPD para UVA altas, também precisa ter um pigmento, como por exemplo óxido de ferro, que proteja especificamente contra a luz visível. É importante entender que bases cosméticas com cor não substituem o filtro solar para luz visível.
A pele do melasma é fotoenvelhecida e todos os fatores de piora do envelhecimento como doenças, fumo, remédios e poluição vão piorar essa mancha.
O estresse e os hormônios alterados pioram o melasma. Na gravidez, por causa de um hormônio chamado hormônio melanócito estimulante, o melasma aparece pela primeira vez ou piora.
Durante a gravidez o filtro 3 a 4 vezes ao dia é fundamental para não piorar o melasma. Também é necessário controlar o estresse, pois ele aumenta o cortisol, que também piora o melasma.
Além disso, mulheres com ovário policístico ou síndrome metabólica também podem piorar do melasma.
O melasma não é somente uma mancha, mas sim uma resposta que o organismo está produzindo para alertar que algo não vai bem.
O médico dermatologista e o paciente com melasma precisam ter um relacionamento comprometido, empatia e respeito e juntos planejarem o melhor tratamento para essa mancha tão comprometedora.
Dra. Denise Steiner
Dermatologista
CRM: 36.505 - RQE 6185
- Médica Dermatologista
- Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP
- Residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP (1980-1982)
- Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
- Doutora em Dermatologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
- Especialista em Hansenologia
- Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP
- Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD