Coronavírus e pele
Acredito que ninguém imaginava viver uma situação como esta pandemia do coronavírus. Ela está sendo rápida e sem volta e nossa adaptação individual e coletiva precisa seguir a mesma velocidade.
O coronavírus se aloja na pele e pode contaminar outras pessoas quando houver contato com a mesma. É importante não entrar em pânico, lembrando que esta virose não é grave e na maioria das pessoas se comporta como uma gripe comum. A grande preocupação está relacionada a contaminação de indivíduos idosos e aqueles com doenças comprometedoras para a imunidade em geral como a diabetes, câncer, tuberculose entre outros. Esses grupos podem desencadear quadros pulmonares mais graves que necessitam de unidades intensivas e aparelhos para ajudar a respiração. A grande preocupação é com a disseminação rápida do vírus e a sobrecarga dos serviços de saúde pública. Se o pico da doença for menos agudo e um pouco mais lento não haverá grandes problemas, pois os casos serão tratados adequadamente cada um a seu tempo.
Como os cidadãos comuns podem ajudar e quais os cuidados possíveis e necessários? Já que o vírus pode ficar na pele a higiene da mesma é muito importante. Lavar as mãos quando cumprimentar as pessoas ou mexer em objetos, manter as mãos limpas lavando com água e sabão ou usando álcool gel. Pessoas sensíveis e com a pele mais seca podem ter dermatites irritativas devido ao excesso de lavagem e ou de álcool gel. É recomendado que essas pessoas usem hidratante pós lavagem para evitar a inflamação. Se for possível escolher entre água e sabão e álcool gel é preferível a primeira opção. A limpeza das outras áreas da pele também é importante usando sabonete neutro 1 vez ao dia. A lavagem tanto das mãos como do corpo deve ser minuciosa. Em relação ao cabelo é preferível mantê-lo preso para trabalhar ou lidar com outras pessoas. As unhas devem ser mantidas curtas e limpas.
O Coronavírus não causa lesões específicas de pele como pápulas, placas, vesículas ou descamações. No entanto, quando inflamada a pele fica mais frágil e menos resistente. Essa inflamação facilita a propagação do vírus. Portanto as pessoas com doenças de pele como: eczema, psoríase, impetigo, alergia, acne, entre outros, devem evitar aglomerações e contato direto com as pessoas. Além disso existem doenças como o lúpus eritematoso que além de ter lesões inflamadas também compromete a imunidade do seu portador. Nesse caso os portadores de lúpus são considerados pacientes de risco para o coronavírus.
Outra questão importante é a exposição excessiva ao sol que pode provocar queimaduras e facilitar a propagação do vírus na pele lesada. Manter os cuidados com o uso do filtro solar que precisa ser bem espalhado, ter numeração alta e ser reaplicado a cada 3 horas.
Resumindo, o coronavírus, não atinge a pele de forma direta, mas permanece na mesma e pode contaminar as pessoas. A limpeza das mãos e pele do corpo deve ser priorizada se possível com água e sabão. Muito álcool gel pode irritar a pele e, portanto, hidratar as mãos é primordial para evitar essa inflamação.
A pele com doenças inflamatórias como psoríase, acne, eczemas, queimaduras entre outros pode ser mais sensível ao vírus pois está mais fragilizada.
Não entre em pânico, e mantenha os cuidados com a sua pele.
Dra. Denise Steiner
Dermatologista
CRM: 36.505 - RQE 6185
- Médica Dermatologista
- Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP
- Residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP (1980-1982)
- Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
- Doutora em Dermatologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
- Especialista em Hansenologia
- Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP
- Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD