Principais questões relacionadas a queda de cabelo discutidas pela Dra Tatiana Steiner – Médica Dermatologista

Publicado por link9 em

A Alopecia Androgenética é a queda de cabelo de causa genética e uma queixa comum nos consultórios.

Estima-se que pode acometer até 80% dos homens com idade de até 70 anos e até 40% das mulheres com idade de 50 anos. Trata-se de uma desordem hereditária dependente de estímulos de hormônios andrógenos que atuam no folículo piloso.

O mecanismo hereditário não está totalmente esclarecido, mas a herança pode ser tanto do lado materno como paterno. O processo da queda genética é crônico e os fatores hereditários e hormonais acarretam um afinamento contínuo do fio até a transformação total do mesmo numa penugem.

O cabelo é considerado um anexo cutâneo formado no folículo pilo sebáceo que se localiza na derme, a parte profunda da pele. Existem cerca de 150.000 fios de cabelo no couro cabeludo, apresentando um crescimento em torno de um centímetro por mês. Sua renovação dá-se constantemente, num ciclo contínuo que alterna atividade e crescimento, com repouso e queda.

Em geral, 90% dos cabelos estão na fase de crescimento, enquanto os 10% restantes ficam em repouso, preparando-se para cair, quando são, automaticamente, repostos seguindo esse ciclo até o fim da vida. Este ciclo de renovação apresenta 3 fases: anágena (fase de crescimento) - dura cerca de 2 a 5 anos, catágena (fase de interrupção do crescimento) - dura cerca de 3 semanas e telógena (fase de queda) - dura cerca de 3 a 4 meses.

Se a causa não for de origem genética, há um outro tipo de queda muito comum nas mulheres denominada Eflúvio Telógeno. É provavelmente a causa mais comum de perda de cabelo nos consultórios dermatológicos, sendo mais frequente em mulheres do que em homens. Consiste na queda exagerada dos fios, ocorrendo de 2 a 4 meses após um estímulo que faz com que ocorra um desequilíbrio no ciclo do folículo piloso. Pode chegar a cair mais de 600 fios por dia, haver um afinamento difuso, mas frequentemente, predomina um afinamento bitemporal (parte lateral da cabeça).

Há uma série de fatores que podem ser desencadeantes:

- Stress psicológico ou emocional

- Febre

- Distúrbios endócrinos

- Doenças crônicas

- Carência nutricional

- Medicamentos

- Deficiência de ferro

- Dietas

- Pós gestação

Muitas vezes, esse tipo de queda pode surgir após regime intenso, cirurgia de longa duração, estresse excessivo, uso de medicamentos, parto ou mesmo a parada da pílula anticoncepcional, por exemplo. Geralmente, a queda ocorre três meses após o evento desencadeador.

A queda crônica de cabelos e sem motivo aparente também pode ocorrer por deficiência nutricional e principalmente, ferro. Importante exame de análises clínicas para checar hemograma, nível de ferro, ferritina, e alguns minerais. Outro motivo que aponta frequente fator de queda de cabelo crônica relaciona-se às alterações da tiroide, principalmente o hipotiroidismo.

É preciso ter cautela e avaliar as causas da queda em primeiro lugar. Há várias causas, assim como diversas possibilidades de tratamento, mas nem todas as situações podem ser tratadas da mesma forma. É fundamental o diagnóstico médico e as devidas orientações para o correto tratamento.

Dra Tatiana Steiner – Dermatologista

CRM 109788 / RQE 24723

Pós Graduação em Tricologia

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