As micoses são lesões causadas por fungos, que podem atingir a pele, unhas e cabelos.
Os fungos estão em toda parte, podendo ser encontrados no solo, em animais e até mesmo na nossa pele, convivendo “pacificamente”, sem causar doença.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o seu “alimento”.
TIPOS
Tinhas: lesões avermelhadas, com descamação leve, nomeadas de acordo com o local que atingem: tinha capitis (cabelo), tinha corporis (corpo), tinha pedis (pé), tinha cruris (virilha) ou onicomicose (unhas).
Ptiríase versicolor: micose muito superficial, relacionada à oleosidade da pele – mais comum em adolescentes. Manifesta-se como lesões arredondadas distribuídas no tórax, no dorso e no pescoço.
Cândida: No corpo, principalmente na região da virilha e bumbum, são lesões avermelhadas, com bordas bem demarcadas e pequenas lesões arredondadas na margem da área principal. Nas crianças, é popularmente conhecida como “sapinho”, em que se observa plaquinhas brancas dentro da boca.
O QUE FAVORECE AS MICOSES?
Temperaturas quentes e ambiente úmido propiciam o crescimento e proliferação dos fungos, justificando a sua alta prevalência no verão.
A transmissão ocorre por contato direto ou então pela proliferação excessiva daqueles fungos que já vivem no corpo.
DIAGNÓSTICO
Nem toda mancha na pele, que coça e descama, é micose. As lesões típicas são geralmente áreas de coloração avermelhada, castanha ou esbranquiçada e têm sempre um pouco de descamação. Sua borda é bem evidente, demarcada, com o centro mais claro.
Aparecem em qualquer área da pele, mas são mais frequentes em área de dobras (quente e úmida), como virilha, pescoço e entre os dedos dos pés.
Micoses no couro cabeludo são mais raras e podem se manifestar de algumas formas:
- área de inflamação
- placa de alopecia localizada
- diversos pontos com queda de cabelo (“peladas”)
Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito pela apresentação clínica e, em situações especiais, é necessário o raspado da lesão: exame micológico direto. Nesse exame, que é bem simples e feito no consultório, o dermatologista faz uma raspagem suave da pele e pesquisa a presença do fungo no microscópio.
LOCAIS DE RISCO – ONDE ESTÁ O PERIGO?
As infecções são mais comuns no verão, quando há mais gente em locais públicos, como piscinas e vestiários.
O problema está em áreas de acúmulo de água quente, lugares quentes, úmidos e abafados, como vestiário, borda de piscina e áreas de “lava pés”.
PEGOU. E AGORA?
A doença costuma aparecer alguns dias depois do contágio e o diagnóstico deve ser feito pelo médico dermatologista, já que o tratamento inadequado pode piorar o quadro, sendo micose ou não.
Utilizar remédios e pomadas sem a recomendação médica pode gerar irritação na pele, alastrar a micose para outras regiões e ainda dificultar o diagnóstico.
O tratamento contra a micose é feito com a aplicação de remédios no local infectado ou então por via oral, quando ela é localizada nas unhas ou no couro cabeludo.
Dicas para evitar micose na pele:
– Evitar roupas quentes, justas e tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo. Prefira sempre tecidos mais leves e de algodão.
– Não deixar sunga ou biquíni por tempo prolongado em contato com o corpo.
– Lavar as roupas que foram utilizadas em atividades e exercícios físicos. Não reutilizar.
– Não usar objetos pessoais (calçados, pentes, toalhas, bonés etc) de outras pessoas.
– Usar sandálias ou chinelos em áreas comuns (ginásios, vestiários, piscinas).
– Tomar banho após longas atividades físicas.
– Lavar os cabelos com shampoo, principalmente após um dia intenso de atividade e quando o cabelo transpirou muito.
– Evitar contato com animais que estejam com manchas na pele.
– Lavar as mãos após tocar em animais domésticos.
– Evitar automedicação e receitas caseiras.
Dra. Tatiana Steiner – CRM 109788 / RQE 24723
Dermatologista, Especialista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia)
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)