‘Hiperidrose, produção excessiva de suor, pode prejudicar a autoestima’ – Dra. Tatiana Steiner

Publicado por link9 em

O suor é um liquido produzido pelas glândulas sudoríparas da pele para manter a temperatura do corpo entre 36 e 42 graus Celsius.

A quantidade de suor produzida por uma pessoa varia segundo a idade, sexo, raça e local de moradia. Os estímulos que influenciam as glândulas sudoríparas são: calor externo, exercício físico, vários tipos de doenças e alterações emocionais.

Um aspecto interessante, e que deve ser lembrado, é que o suor propriamente dito, eliminado pela glândula sudorípara, não apresenta nenhum odor. Mas, à medida que ele permanece na pele, há um crescimento de bactérias provocando um cheiro desagradável. Na verdade, existe um paralelo: quanto maior a quantidade de suor, mais intenso será o odor, porque as bactérias vão crescer com mais facilidade e intensidade.

A hiperidrose, produção excessiva do suor, pode prejudicar a autoestima e até diminuir a vida social da pessoa. A sudorese excessiva ocorre nas axilas, nos pés ou mãos, que ficam constantemente molhadas, dificultando realizar determinadas tarefas, como escrever, digitar, cozinhar etc.

O inicio dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta. Eventualmente, podemos encontrar histórico familiar. Mas em geral, não há doenças associadas à hiperidrose e está ligada a uma tendência pessoal ou a uma situação de estresse com muita ansiedade.

Pacientes com hiperidrose devem ser sempre investigados quanto as suas causas por meio de exames cuidadosos, facilitando assim o tratamento. Uma vez descobertas às causas, sejam elas sistêmicas ou locais, as opções de tratamento vão depender da severidade e do local do problema, bem como de seu impacto nas atividades diárias do paciente.

O tratamento passa pela utilização de desodorantes e antiperspirantes. Desodorante é o produto utilizado para evitar o cheiro forte do suor. O desodorante especificamente não interfere na quantidade de suor, mas sim no odor. Eles são formulados a base de agentes bactericidas ou bacteriostáticos, que impedem o crescimento das bactérias e, portanto, diminuem o cheiro do suor. Algumas substâncias usadas nos desodorantes são triclosan, sais de zinco, inibidores enzimáticos, chitosan, entre outros. Para a maioria das pessoas essa ação higiênica é suficiente.

Desodorantes antiperspirantes ou antitranspirantes são formulações utilizadas para diminuir a produção de suor. Diminuindo o suor, o antiperspirante também inibe o mau odor. Para que o produto seja um antiperspirante, é preciso diminuir mais que 20% da produção de suor da glândula sudorípara. O cloreto de alumínio a 20% é o agente mais efetivo e amplamente utilizado para esse controle. Embora seu mecanismo de ação não esteja bem esclarecido, o cloreto de alumínio pode diminuir a sudorese por obstrução mecânica dos poros das glândulas sudoríparas écrinas.

Outra opção de tratamento para a hiperidrose é o uso da toxina botulínica, já reconhecida como medicação em vários tipos de doenças, além da estética.

A toxina botulínica bloqueia a ação da acetilcolina, que é necessária para a sudorese. Ela é aplicada com agulha ponto a ponto, em toda região das mãos e dos pés, e se for o caso, nas axilas. Com o bloqueio da acetilcolina, há uma suspensão de cerca de 80% da sudorese no local tratado, sem causar nenhum efeito colateral, uma vez que a pessoa continua suando no restante do corpo. Cremes anestésicos, com ou sem oclusão, podem ser utilizados antes do procedimento.

Outra possibilidade de tratar a hiperidrose axilar é através de cirurgia, quando as glândulas sudoríparas locais são retiradas por curetagem.

O ideal é a avaliação médica para que o especialista indique o tratamento específico a cada paciente.

 

Dra. Tatiana Steiner - CRM 109788 / RQE 24723

Dermatologista, Especialista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia)

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)

Membro do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia (CILAD)

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