‘A etiologia das OLHEIRAS é multifatorial!’ – Dra. Tatiana Steiner
A etiologia das olheiras é multifatorial e ainda não está totalmente esclarecida. Na maior parte dos casos há um componente genético (familiar), transmitido de modo autossômico dominante, que associado a outros fatores, resulta no escurecimento da região ao redor dos olhos.
Entre os fatores causais, destacam-se:
- Depósito de melanina (pigmento que da cor a pele)
- Hiperpigmentação pós-inflamatória (escurecimento da região por alguma inflamação prévia)
- Alteração anatômica da região malar e zigomática
- Vascularização, que pode estar superficial e se tornar aparente
- Edema periorbital
- Frouxidão da pele
- Herança genética
- Medicamentos sistêmicos (uso crônico)
- Falta de sono
- Abuso de droga ou álcool
Além desses fatores, características anatômicas da região como a fina espessura da pele ao redor dos olhos e a estrutura das musculaturas palpebral e malar, ocasionam acentuadas depressões no sulco, que contribuem para a hiperpigmentação local.
Apesar desta complexidade e características individuais do paciente, de modo geral, as olheiras podem ser classificadas como vascular (azul) e pigmentar (marrom), o que pode ser explicado pelo excesso de vasos sanguíneos, deixando a área azulada, ou excesso de pigmentação (melanina), favorecendo a cor marrom ou acastanhada. Esta última se agrava com a idade, justamente pela frouxidão da pele.
Com o envelhecimento natural do organismo, a pele que cobre a região da pálpebra inferior, torna-se mais fina e os vasos sanguíneos ficam evidentes, dando uma aparência escura à região. Além disso, o globo ocular sofre um deslocamento (descida) dentro da órbita e a gordura infraorbital é deslocada anteriormente, formando uma depressão e sombra abaixo do globo. Ainda com o passar do tempo, as fibras de elastina da região se degeneram, acentuando a depressão palpebral e o escurecimento da pele na região.
Noites mal dormidas, fadiga, fumo, estresse pioram as olheiras, pois prejudicam a circulação sanguínea, promovendo a dilatação dos vasos e desidratação.
O sono é fundamental e permite que a pele se renove, saiba que durante o sono o organismo libera hormônios indispensáveis para uma série de processos vitais ao organismo. O cansaço em excesso estimula a flacidez, acentuando o problema da bolsa de gordura. O estresse orgânico acentua a vasodilatação e a produção de melanina, acentuando as olheiras.
Tratamentos:
- Cremes específicos com efeito anti inflamatório: Camomila, Arnica, Calêndula, Alantoína, Madecassoside, Própolis Hamamélis, Alfabisabolol, Bardana e vitamina K1 ajudam a acalmar a região.
- Cremes clareadores: vitamina C, ácido Kójico, ácido fítico, arbutin e hidroquinona, Biowhite, ácido dióico, ácido tranexâmico.
Os cremes devem ser aplicados fazendo massagem no sentido horário, de forma suave, em movimentos circulares.
- Hidratantes: glicerina, dimeticone, lactato de amônio, vitamina E.
- Base com proteção solar- que disfarça a olheira e protege da luz solar.
- Proteção solar diária.
Os produtos indicados para a área dos olhos, utilizados isoladamente, podem não oferecer resultados satisfatórios. Muitas vezes há necessidade de tratamentos coadjuvantes:
Luz Pulsada/Laser: aparelho que utiliza um feixe de luz que reduz os efeitos dos componentes sanguíneos responsáveis pelo escurecimento da região dos olhos. Deve ser feita 4 a 6 vezes por mês, conforme orientação médica.
LED: luz com propriedade anti inflamatória.
Laser CO2 Fracionado: melhora a circulação sanguínea local, aumenta a produção de colágeno e estimula o rejuvenescimento da pele. Todos estes efeitos podem amenizar a aparência escura.
Peelings suaves à base de ácidos retinoico ou glicólico em concentrações adequadas para a área dos olhos promovem a renovação da camada superficial da pele, amenizando as olheiras.
Preenchimento com Ácido Hialurônico (AH): o preenchimento do sulco nasojulgal e canal lacrimal com AH costuma ser uma boa opção de tratamento. Ele ameniza a sombra causada pelo sulco devido à perda de colágeno na região.
Por ser uma área de pele mais fina é sensível, além de olheiras, as pálpebras estão mais sujeitas aos danos precoces, como a formação de linhas finas, bolsas, inchaço e flacidez.
Outra alternativa é a blefaroplastia, cirurgia plástica que melhora o aspecto das pálpebras superiores e inferiores, eliminando bolsas de gordura, rugas e a flacidez do local.
Todos os tratamentos precisam de orientação médica e devem ser realizados por especialista da área.
Dra. Tatiana Steiner - CRM 109788 / RQE 24723
Dermatologista, Especialista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia)