Câncer de pele: proteção e prevenção
QUANDO PROCURAR UM MÉDICO ESPECIALISTA ?
Pacientes que se enquadrem em grupo de risco devem fazer, primordialmente, uma consulta anual ao médico dermatologista. Inúmeros estudos mostram que estas características resultam em, de fato, maior risco de apresentar câncer de pele. Desde os menos agressivos aos mais graves.
Veja também:
Pontos relacionados a hábitos de vida e a história pessoal e familiar
- Alguém da família já teve câncer de pele (Pais, avós, irmãos e tios);
- O paciente já apresentou câncer de pele;
- Já apresentou mais de 6 queimaduras solares durante toda a vida. (quando a pele fica vermelha e ardendo);
- Apresenta muitas sardas (relacionada a pessoas muito claras);
- Tem mais de 50 pintas;
- Pessoas com mais de 65 anos;
- Dificuldade em se bronzear.
Pontos relacionados especificamente as lesões de pele
-Apresenta alguma lesão que não cicatriza
-Apresenta alguma pinta que esta se modificando, ou mudando de cor ou crescendo
Método auxiliar para definir de uma lesão pode ser suspeita:
- Assimetria: ao traçar uma linha no meio da lesão os lados são diferentes
- Bordas: quando irregulares, chamam a atenção
- Cor: variação de tonalidades e de cores
- Diâmetro: lesões maiores que 5 mm (0,5cm) são mais suspeitas
- Evolução: crescimento ou mudança de aparência
- Familiar: história familiar de câncer de pele
Pacientes que não se enquadram em nenhum grupo de risco também devem, igualmente, fazer um acompanhamento adequado. Uma consulta anual com o médico generalista é o suficiente. Desde que, em contrapartida, faça o exame de pele adequadamente. No caso de características definidas por lesão suspeita como, por exemplo, mudança de cor, crescimentos e não cicatrização, deve-se procurar o especialista de imediato.
QUANDO SUSPEITAR DE ALGUMA PINTA ?
De acordo com o tópico acima, caso você tenha 50 ou mais pintas, já é um paciente que deverá consultar com o médico dermatologista anualmente. Assim, nesta consulta é definido se há necessidade ou não de exames complementares. Como, por exemplo. o mapeamento corporal digital por dermatoscopia.
Caso você não tenha 50 pintas, mas apresente algumas que te chamem a atenção, quando deve-se suspeitar de algo mais grave? Existem inúmeros subtipos de nervos e de outras lesões de pele que vulgarmente são chamadas de pintas. Então, vamos definir as características que podem estar presentes que nos chama a atenção.
Durante a infância
Os nervos congênitos estão presentes logo ao nascimento ou aparecem no 1o ano de vida. Dessa forma, devem ser, de fato, acompanhados quando apresentarem tamanho superior à 20 cm. Este é o diâmetro projetado para idade adulta. Avaliando as proporções de crescimento corporal, define-se que se deve acompanhar as lesões que, no seu surgimento, apresentem: em torno de 6 cm nas pernas, 7 cm no tronco e braços, e 12 cm na face e couro cabeludo.
Aliás, outro tipo de pinta que gera dúvida é aquela que apresenta uma macha branca ao redor, certamente chamado de nevo halo. Assim, quando ocorre na infância pode preceder a regressão da pinta que se encontra no centro da lesão. Portanto, este é o tipo de lesão não apresenta necessidade de acompanhamento.
Idade adulta
A pintas apresentam estágios de evolução durante a nossa vida. Assim, até os nosso por volta da 4 década de vida vida podem apresentar crescimento. Posteriormente podem apresentar certa regressão e perda de pigmento.
Geralmente, o melanoma, tumor de pele mais grave, surge em um local novo na pele, ou seja, onde não apresentava nenhuma lesão. Portanto, lesões que surjam depois da 4 década de vida, devem ser avaliadas pela regra do ABDCE. Caso apresentem alguma característica, deverão ser avaliadas pelo médico dermatologista. Também existem aqueles melanomas que surgem de pinta que já existia e que sofre modificações. Estas serão consideradas suspeitas quando apresentarem crescimento, modificação da cor e alterações como ulceração e sangramento.
COMO DEVE SER A CONSULTA NO ESPECIALISTA ?
Todos os pacientes e, especialmente, o grupo de risco para câncer de pele, indicado acima, devem passar obrigatoriamente por uma inspeção de corpo todo. Ou seja, o médico deve olhar desde o couro cabeludo até as pontas dos pés. Não deixando de lado as áreas cobertas e as plantas dos pés. Esse procedimento deve ser repetido anualmente, não sendo necessário em outras consultas.
O dermatologista também apresenta capacitação para utilizar um aparelho chamado dermatoscopio, com o qual ira olhar as pintas que chamam mais a atenção. Este aparelho é composto por uma lente de aumento acoplada a uma luz polarizada. Assim, aumenta consideravelmente o diagnóstico de lesões suspeitas. No caso de lesão suspeita deverá ser realizada a biópsia, que é o único método que confirma o diagnóstico.
COMO PREVENIR O CÂNCER DE PELE ?
Existe uma variedade de tumores malignos da pele, de uma forma geral eles são desencadeados por fatores internos e fatores externos (fatores ambientais). Os principais fatores internos estão ligados a genética, ou seja, são imutáveis. Portanto do ponto de vista prático conseguimos interferir nos fatores externos. Dentre os fatores externos, existem alguns específicos, como a manipulação de arsênico, aqueles menos específicos e mais comuns, como o tabagismo e o mais importante e também o mais comum a exposição solar.
A proteção solar é sem dúvida a medida mais importante na prevenção de um câncer de pele e também é a medida número 1 para combater o antienvelhecimento, isto porque o sol provoca dano constante na pele. Portanto sempre que esta se protegendo dos efeitos da luz solar, além de diminuir a chances de um tumor de pele, esta combatendo o envelhecimento.
Muita gente se pergunta se o sol também não traz benefícios para a pele e para o corpo como um todo, e com certeza os benefícios são maiores do que os malefícios. Entre os benefícios podemos citar a produção de vitamina D e a melhora do humor, sendo necessários para uma vida saudável. Contudo o mais importante de se saber é que a proteção solar adequada com uso de protetor solar e medidas adicionais não ira prejudicar os efeitos benéficos.
Como utilizar protetor solar adequadamente
-Pacientes em grupo de risco devem utilizar FPS > 30 nas áreas fotoexpostas diariamente, reaplicar a cada 2h, podendo ser utilizado na replicação protetores em pó, que facilitam a re-aplicação.
- Estes mesmos pacientes devem utilizar protetores com FPS > 50 quando forem se expor com mais intensidade, quando forem realizar atividades físicas ao ar livre, ou permanecer o dia na praia ou piscina. Da mesma maneira reaplicando a cada duas horas.
- Os protetores solares mais específicos, e comumente mais caros, devem ser utilizados quando o paciente apresentar necessidades específicas. Caso o paciente apresente pele oleosa, devem ser utilizados protetores oil free, outro exemplo são praticantes de esportes aquáticos, que devem utilizar protetores com maior proteção a água.
- Crianças menores de 6 meses não estão autorizadas a utilizar protetor solar
- Crianças de 6 meses a 12 anos devem usar preferencialmente protetor solar específicos para crianças, linha kids ou infantil. Em geral são protetores físicos, que apesar apresentarem maior dificuldade para espalhar, apresentam menor possibilidade de irritação ou alergia.
Outra questão muito importante quanto ao uso do protetor solar é que este deve ser utilizado todos os dias. Muitos pacientes deixam de passar em dias que consideram nublados, mas se o dia esta claro significa que existe RUV. Gosto de realizar uma analogia com nossa saúde bucal: não escovamos os dentes pensando no que vamos comer, mas sim escovamos todos os dias. O uso de protetor solar deve seguir esta regra.
Outras maneiras que pode amenizar os efeitos maléficos do sol na pele, são formas complementares de fotoproteção, como: uso de chapéu ou boné, utilização de óculos escuros, uso de vestimenta com proteção contra RUV, uso de insufilme com proteção a RUV entre outras.
EXISTE UMA MANEIRA DE RASTREAR UM CÂNCER DE PELE ?
Do ponto de vista diagnóstico a definição do quadro de pele vai ser por meio de biópsia. Infelizmente ainda não existe um exame que por meio de amostrar de sangue que confirme ou não o diagnóstico de câncer de pele, mas felizmente o médico dermatologista é treinado, na sua formação, a utilizar o dermatoscopio, que aumenta significativamente, o diagnóstico de lesões suspeitas no exame clínico.
O dermatoscopio nada mais é do que uma lente de aumento acoplada a uma luz polarizada, que através da análise dos padrões que as pintas e os outros tumores de pele produzem, permite o diagnóstico com maior facilidade.
Este aparelho, junto com uma câmera fotográfica e um software, também é utilizado para realização de um exame mais completo que é principalmente indicado para grupo de risco de melanoma, chamado de mapeamento corporal digital por meio de dermatoscopia.
MAPEAMENTO CORPORAL TOTAL POR MEIO DA DERMATOSCOPIA DIGITAL
O exame: é um exame que auxilia na detecção suspeitas, avaliando tanto as lesões já existentes como as que venham a aparecer. O exame consiste em fotografia de alta resolução de todo o corpo. Inicialmente o paciente é fotografado em poses padronizadas, que permitem o registro de quase toda superfície do corpo, e posteriormente são realizadas fotos de todas as pintas do corpo com o dermatoscopio. Estas imagens são analisada pelo médico com o auxilio de um software especifico. Anualmente o paciente realiza o mesmo procedimento, permitindo a deteção de novas lesões (fotos corporais) e a modificação de lesões antigas (dermatoscopia)
Duração: 40 min - 1h e 30. Depende do número de lesões
Preparo: não há necessidade de nenhum preparo anterior.
Orientações: no momento do exame o paciente ficará apenas com a roupas íntimas. Caso considere melhor poderá ir ficar vestido com sunga ou biquini.
Não existem cuidados no pós procedimento.