Novidades do Meeting da Academia Americana de Dermatologia – realizado de 4-8 março/2016 em Washington
Vitiligo
O vitiligo é uma doença crônica não contagiosa que causa manchas brancas na pele. A causa não está totalmente conhecida, mas já se descobriu que o melanócito é agredido por células inflamatórias. Já foram descobertos alguns dos fatores inflamatórios específicos dessa doença como a citocina CXCL-10. Sendo assim, as pesquisas se concentram em tentar neutralizar ou acabar com as fases dessa inflamação.
A sinvastatina, por exemplo, que é um remédio utilizado para reduzir os níveis de colesterol, pode melhorar o vitiligo, pois apresenta ação anti-inflamatória.
Outras medicações como os inibidores da Jack, que são enzimas específicas de receptores de membrana, podem reverter o vitiligo porque neutralizam a citocina CXCL-10. Uma dessas drogas foi aprovada pelo FDA para tratamento de artrite reumatoide. Recentemente um paciente que tinha artrite e vitiligo reverteu as manchas quase na totalidade, quando fazia o tratamento para reumatismo. Os nomes comerciais desses produtos que podem tratar o vitiligo são: Tofacitinib e Ruxolitinib.
Outra opção é o Afamelanotide, que é um análogo do hormônio melanócito estimulante. Este remédio melhora o vitiligo quando associado a luz ultravioleta B e age provocando o estímulo do hormônio que produz o pigmento denominado melanina.
Ainda foi enfatizado que a vitamina D e o zinco estão em níveis baixos nesta doença. A suplementação com essas substâncias pode promover a produção de pigmento e melhorar o problema.
Queda de cabelo: Minociclina na alopecia fibrosante frontal inibe metaloproteinase e evita cicatriz.
A alopecia fibrosante frontal é um tipo específico de queda de cabelo que ocorre mais em mulheres após a menopausa. Ela é uma alopecia cicatricial, onde o folículo pilo-sebáceo é destruído. Nos últimos anos, há um aumento muito grande de casos, configurando quase uma epidemia.
Nesta doença, a testa aumenta de tamanho devido à diminuição dos folículos que desaparecem do local. Lembrar que o mais importante em relação ao tratamento é o fato de ser uma alopecia cicatricial, que é irreversível e dessa forma, quanto antes iniciar o tratamento melhor.
No Meeting da Academia Americana de Dermatologia, uma aula sobre este tema foi dada pela professora e pesquisadora, referência no assunto, Dra. Antonella Tosti, que realçou a finasterida e dutasterida como os melhores tratamentos para alopecia fibrosante frontal. Ela também utiliza outras medicações como: hidroxicloroquina, minoxidil, corticoide, inclusive fazendo a combinação de alguns deles.
A Minociclina, que é um antibiótico imunomodulador, promove a melhora da alopecia fibrosante frontal, pois além de tratar a inflamação, inibe também a enzima metaloproteinase, evitando cicatriz posterior.
É importante enfatizar que a parada da progressão da doença já melhora a autoestima dos pacientes.
Gostaria de obter mais informações sobre o tratamento para vitiligo em Cuba. Por que aqui no Brasil não se fala do medicamento a base da placenta humana (melagenina)?
Éllen,
acredito que esse tratamento não é o ideal, e no Brasil existem outros tratamentos, com melhores resultados inclusive.
Obrigada.
Boa noite! Tenho uma filha que tem vitiligo e já passou por vários tratamentos. Gostaria de mais informações sobre o tofacitinib e o tratamento com esse medicamento. Já existe no Brasil? Obrigada
Bom dia,
Há novidades no tratamento do vitiligo, porém, para orientação de qualquer tratamento é necessária uma consulta para análise e recomendação. Isso ocorre por dois motivos: o primeiro porque, eticamente o Conselho Federal de Medicina não permite consultas por e-mail. Em segundo lugar, é fundamental uma avaliação pessoal.
Obrigada pela compreensão.
Entendo sim! Muito obrigada da atenção e nas férias dela marcarei uma consulta!
Obrigada!!
Estou com alopecia frontal fibrosante cicatricial.Estou passando minoxidil. Fazendo acupuntura e carbox. Alguem me dá uma posição se há algo novo para se fazer?
O mais importante de tudo é um diagnóstico correto, o que para a alopecia fibrosante frontal não é fácil. Muitas vezes esse diagnóstico tem que ser complementado com a dermatoscopia e, às vezes, até com uma biópsia. Com a confirmação do diagnóstico, existem sim outras opções de tratamentos, mas que devem ser orientadas pelo médico após consulta, o que não pode ser feito via internet.