14th World Congress Of Cosmetic Dermatology
A Dra. Denise Steiner participou do 14th World Congress Of Cosmetic Dermatology
com aulas sobre tratamento de melasma, com microinfusão de ácido tranexâmico
e trouxe outras novidades sobre toxina botulínica, preenchimento e vitiligo.
Inovações sobre toxina botulínica
Estão chegando toxinas botulínicas diferenciadas que terão tempo de duração maior que as atuais.
A toxina botulínica pode melhorar a depressão. O rosto mais relaxado parece contagiar as pessoas ao redor e melhora a produtividade do trabalho.
A toxina botulínica diminuiu a inflamação e o tamanho das cicatrizes hipertróficas e queloides.
A toxina botulínica diminuiu o avermelhamento na pele com rosácea.
A toxina botulínica melhorar a hidrosadenite que é um quadro inflamatório que compromete a região axilar e genital.
Toxina botulínica em micro doses pode diminuir a oleosidade da pele e promover o fechamento dos poros.
Melasma
Tratamento com microinfusão de ácido tranexâmico associado ao ácido tranexâmico 250mg 3 x ao dia por via oral mostrou eficácia no tratamento do melasma.
Vitiligo
Tratamento do vitiligo com um dos inibidores da janus quinase, o tofacitinibe mostrou resultados alentadores. Essa nova categoria está chegando no país e já pode ser usada para doenças autoimunes como: vitiligo e alopecia areata.
Leucodermia pontoada – sarda branca
Essa alteração dermatológica de difícil tratamento pode melhorar com microinfusão de 5 fluoracil na pele.
Preenchimento
Foram apresentadas técnicas inovadoras de preenchimento como delta lifting e técnica dos 5 pontos essenciais que mostraram resultados ótimos e naturais.
Novo tratamento para melasma – Cisteamina (Cysteamine)
O melasma é uma mancha acastanhada que compromete o rosto das mulheres jovens, afetando gradativamente sua autoestima. O tratamento da melasma é feito com cremes clareadores, cuja principal substância é a hidroquinona, considerada o padrão ouro para o tratamento dessa doença dermatológica.
Cisteamina
No 14º World Congress of Cosmetic Dermatology – Lima 2019 que tive a oportunidade de participar, foi realçada a importância da cisteamina como uma nova droga para o tratamento do melasma.
A cisteamina vem sendo estudada há alguns anos, mas somente agora foi possível estabilizar uma formulação com cosmética agradável e com aroma delicado. Diferente da hidroquinona, que pode causar dermatite de contato, ocronose e manchas parecidas com o vitiligo, a cisteamina não agride o melanócito e tem poucos efeitos colaterais.
A cisteamina no tratamento do melasma age como antioxidante e aumenta a quantidade de glutadiona dentro da célula. Esse mecanismo ajuda a neutralizar o efeito oxidativo que é intenso dentro do melanócito e devido a essa ação pode provocar clareamento.
A cisteamina deve ser passada 1 x ao dia na pele toda e não somente no local da mancha e precisa ser retirada com água. Na sequência deve ser usado um hidratante. A pele não deve ser lavada imediatamente antes do uso da cisteamina que deve permanecer de 30 a 60 minutos e depois enxaguada com água corrente. Ela pode causar alguma irritação e começa a clarear a pele a partir de 30 dias após o início do seu uso.
A equipe da Dra. Denise Steiner – formada pela USP e doutorada pela Unicamp já vem fazendo um estudo piloto com essa substância inovadora. Esse estudo piloto vem sendo realizado com 5 mulheres que foram orientadas para passar o produto 1 x ao dia, deixar por cerca de 1 hora e lavar o rosto. Até o momento não temos resultados, pois estes começam aparecer após 30 dias.
14º World Congress of Cosmetic Dermatology – Lima 2019
No 14º World Congress of Cosmetic Dermatology – Lima 2019, que aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de março, foram apresentados resultados do tratamento de melasma com essa nova substância: a cisteamina. Os resultados foram positivos com poucos efeitos colaterais.
Acreditamos que essa nova substância será bastante relevante no tratamento do melasma para substituir a hidroquinona, que é sabidamente tóxica.
Toxina Botulínica
A toxina botulínica vendo sendo utilizada há 30 anos para tratar rugas de expressão, melhorando o envelhecimento cutâneo. A toxina botulínica neutraliza a ação da acetilcolina que é um neuromodulador e relaxa a musculatura diminuindo a força das rugas de expressão. A aplicação é feita de forma superficial sem efeitos colaterais importantes.
A toxina botulínica também é usada para o tratamento da hiperidrose e quando aplicada nas axilas diminui a quantidade de suor por 7-8 meses.
No 14º World Congress of Cosmetic Dermatology – Lima 2019 foi enfatizado o potencial da toxina botulínica para o tratamento de alterações dermatológicas como: rugas de expressão, excesso de suor, rosácea, hidrosadenite, desidrose, herpes simples, cicatrizes hipertróficas e quelóides.
No caso de qualquer trauma na pele como um corte cirúrgico, a toxina pode ser utilizada ao redor do mesmo para evitar a tensão excessiva no local. Além disso, a toxina botulínica pode ser aplicada nas cicatrizes espessas, vermelhas e doloridas que são chamadas hipertróficas. A toxina botulínica pode ser injetada com agulhas delicadas dentro da cicatriz para diminuir a inflamação e a fibrose e, dessa forma, melhorar a aparência da mesma. São utilizadas cerca de 1 a 2 unidades de toxina botulínica para cada cm2 da cicatriz. Os resultados aparecem por volta de 15 dias após esta aplicação.
Esse tratamento pode ser realizado a cada 15 dias de 2 a 4 sessões para diminuir o tamanho das cicatrizes hipertróficas e também para o tratamento de queloides. A injeção da toxina botulínica nas cicatrizes é ligeiramente dolorosa.
O mecanismo de ação envolvido no tratamento das cicatrizes com toxina botulínica ainda não é totalmente esclarecido. A ação dessa substancia é bastante ampla e age em receptores neuro-hormonais modulando a inflamação. Também há referências de melhora do eritema da rosácea quando tratada com toxina botulínica.
A equipe da Dra. Denise Steiner publicou um trabalho utilizando 10 unidades de cada lado do rosto de toxina botulínica para tratamento do flushing com melhora significativa.
Enumeramos mais uma utilização interessante do uso da toxina botulínica para tratamento de cicatrizes hipertróficas e queloides.
Tratamento Individualizado do melasma
Microinfusão de ácido tranexâmico na pele para tratamento do melasma
O melasma é uma mancha que compromete o rosto das mulheres jovens contribuindo para a baixa autoestima. O melasma não é grave e nem contagioso.
A equipe da Dra. Denise Steiner, formada pela USP e Doutora pela Unicamp, se dedica há muitos anos ao estudo do melasma. Hoje, ela desenvolveu um protocolo especial, onde combina vários tratamentos para conseguir o melhor resultado.
Um protocolo individualizado com histórico completo, onde detalhes como hábitos, alimentação e o nível de estresse de cada paciente foi elaborado e desenvolvido.
Após a tabulação desses dados, a classificação clínica do melasma e o exame com a luz de wood, é especificado o tratamento de cada paciente que é único.
Quando existir a possibilidade, começamos o tratamento com o uso de ácido tranexâmico sistêmico (250 mg 3 vezes ao dia por 4 meses). Além disso também são usados cremes clareadores como a cisteamina, ácido azelaico, entre outros. Outro tratamento é a microinfusão de ácido tranexâmico na pele. Ele funciona como uma tatuagem e consegue atingir camadas superficiais e intermediárias da cútis.
A microinfusão de medicamento na pele usa uma máquina especial de tatuagem, que através de agulhas delicadas injeta o medicamento na superfície cutânea.
A microtatuagem de medicamentos também aciona o sistema de cicatrização e libera fatores de crescimento e citocinas que melhoram a qualidade da pele.
O segredo do tratamento do melasma é individualizar e combinar recursos que possam ser somados para promover o clareamento da pele e equilíbrio na produção da melanina.
Eu recomendo a microinfusão de ácido tranexâmico, uma sessão ao mês por 4 a 5 meses para o tratamento do melasma e tenho resultados excelentes e duradouros.
Dra. Denise Steiner
Dermatologista
CRM: 36.505 – RQE 6185
- Médica Dermatologista
- Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
- Residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP (1980-1982)
- Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
- Doutora em Dermatologia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP