MELASMA

Publicado por denisesteiner em

O melasma é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de dermatologia. Conhecido como manchas de gravidez ou cloasma, é uma hipermelanose adquirida, crônica, de etiologia não bem definida, caracterizado por máculas (manchas) de coloração acastanhada, simétricas em áreas expostas da pele, principalmente na região frontal e malar. É uma condição comum, acomete indivíduos de todas as raças e ambos os sexos, sendo mais observado em mulheres em idade fértil e com fototipos mais altos – mais morenas (IV – V de Fitzpatrick), e que vivem em áreas com elevada radiação ultravioleta (UV).

Constitui uma dermatose de grande impacto psicológico, devido ao aspecto inestético de suas lesões, cronicidade e complexidade de tratamento.

Recentemente, com o alto desenvolvimento da ciência genética, foi observado que o gene H19 se comporta de forma mais lenta e isso pode estar relacionado à intensificação da ação da enzima tirosinase que, por sua vez, aumenta a quantidade de melanina.

A exposição solar é considerada o fator mais importante e hoje já podemos entender porque o sol piora tanto o melasma. Isso está relacionado a grande produção de radicais livres gerada pela exposição aos raios ultravioleta. O excesso de radicais livres gera inflamação na pele e estimula a tirosinase, aumentando a pigmentação. Exposições repetitivas levam a um aumento do número de melanossomas, bem como do numero de melanócitos ativos. Estes fatos justificam a relação da exacerbação e/ou surgimento do melasma após a exposição solar.

Fatores hormonais, especialmente na gravidez e o uso de anticoncepcionais orais também estão relacionados à piora e/ou surgimento do melasma.

Recentemente, estabeleceram-se interações entre o aumento da vascularização cutânea e a melanogênese. Em vista dessas novas descobertas, hoje podemos classificar o melasma como vascular ou não vascular, e no primeiro, o tratamento também precisa atingir as lesões vasculares.

Até o momento existe terapia com resultados totalmente satisfatórios para o melasma. Várias propostas têm sido feitas, com o principal objetivo de clarear as lesões, prevenir e reduzir a área afetada, com o menor número possível de efeitos adversos.

O uso de protetor solar de amplo espectro (UVA e UVB) com cor é fundamental. Sabemos que a luz visível, aquela das lâmpadas e computadores, também provoca escurecimento da pele. Esse é um aspecto importante do tratamento, pois não temos filtro solar específico para a luz visível. O filtro para proteger da luz visível precisa ter cor, pois o pigmento bloqueia essa radiação.

Os diferentes tratamentos propostos atuam em diversas etapas da formação do melasma, seja por inibição da tirosinase (ex: hidroquinona, tretinoína, ácido azelaico, ácido kógico), por supressão não seletiva da melanogênese (corticóides, ácido tranexâmico), por inibição de espécies reativas de oxigênio (ácido azelaico, antioxidantes), por remoção de melanina (peelings químicos e/ou físicos) ou por dano térmico (luz intensa pulsada, laser). Geralmente para se obter uma melhor resposta terapêutica, o que se observa é a necessidade de tratamentos combinados.

Podemos associar, principalmente nos casos refratários, procedimentos como peelings químicos, microdermoabrasão, luz intensa pulsada, laser fracionado, laser vascular, além do laser Q-Switched ND:YAG (aprovado especificamente pelo FDA para o tratamento do melasma). Alguns estudos têm mostrado benefícios com o uso do microagulhamento. Todos estes procedimentos devem ter indicação e acompanhamento médicos.

É primordial o esclarecimento do paciente com melasma sobre a cronicidade de sua patologia, dificuldade terapêutica, necessidade da aderência estrita à proteção solar de amplo espectro e de tratamento de manutenção.

Muitos estudos e pesquisas continuam sendo realizados no sentido de atualizar e revisar o mecanismo desta patologia e desvendar terapêuticas cada vez mais eficazes.

4 respostas para “MELASMA”

  1. Ji S.Y. disse:

    Dra. Denise, boa tarde.
    Sofro desse mal, melasma.
    Já fiz vários tratamentos, posso dizer quase todos.
    Por sinal, em sua clínica com uma das suas médicas, muito competente. Porém nem ela pode me ajudar. Costumava dizer a ela q eu poderia ser um caso de “estudo”.
    Sou oriental e o meu melasma parece aumentar. Não sei mais o que fazer.
    Baixo auto estima. Depressão. Tratamentos caríssimos, sem resultados.
    Achei q na sua clínica encontraria algum resultado…

  2. CAMILLA disse:

    Boa tarde.
    Poderia me indicar um bom profissional para melasma aqui em Fortaleza pois dermatologista que fui me indicou hidroquinona, li muito sobre ácido tranexâmico e estou fazendo uso via oral.

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