Envelhecimento Cutâneo
O processo de envelhecimento do organismo está relacionado com a perda da capacidade funcional e de reserva, mudança da resposta celular aos estímulos, perda da capacidade de reparação e predisposição do organismo à doença. As células humanas têm capacidade finita de reprodução entrando então, no processo chamado senescência. A idade é paralela à senescência celular e tem o mesmo controle genético. Existem exceções como células germinativas, “stem cells” (totipotentes) e células cancerosas que reproduzem sem parar, influenciadas por mecanismos desconhecidos.
O telômero é a porção terminal do cromossomo eucariótico e protege o mesmo da degradação. Com a idade, o telômero torna-se mais curto em todas as células, menos naquelas germinativas e cancerosas. Estas têm maior quantidade de telomerase, que é uma transcriptase reversa com capacidade de replicar o telômero. A telomerase se expressa nas células germinativas e cancerosas evitando o desaparecimento do telômero e consequentemente o desgaste e senescência das células.
A oxidação ocorre constantemente no organismo humano causando dano, principalmente ao DNA celular. Ela aumenta com a idade e nas células senescentes. Quanto mais oxidação, menor grau de reparação, maior número de mutações, maior deteriorização celular e maior formação de tumores.
No envelhecimento do organismo há queda dos hormônios de uma maneira geral. Ocorre a andropausa com diminuição dos andrógenos, menopausa com menos quantidade de estrógenos e também a chamada somatopausa com rebaixamento do nível do hormônio do crescimento. Este é produzido durante o sono pela glândula pitutária em grande quantidade na puberdade. Sua diminuição provoca perda da massa magra e aumento do depósito de gordura. Homens de mais de 60 anos, quando tratados com hormônio do crescimento aumentaram a massa muscular, perderam o excesso de gordura e aumentaram o tônus da pele. A reposição do hormônio do crescimento vem sendo cogitada em certas situações específicas.
O envelhecimento cutâneo pode ser divido em envelhecimento intrínseco e fotoenvelhecimento. O primeiro representa aquele comum aos órgãos e o segundo, mais intenso e evidente, ocorre em decorrência dos danos causados pela radiação ultravioleta.
O envelhecimento causado pela idade é mais suave, lento e gradual, causando danos estéticos muito pequenos. Já o fotoenvelhecimento é mais danoso e agressivo à superfície da pele, sendo responsável por modificações como rugas, engrossamento, manchas e o próprio câncer de pele. O fotoenvelhecimento não é a intensificação do envelhecimento cronológico, mas tem características próprias muito diferentes do envelhecimento comum. Sendo assim, a pele vai apresentar características diferentes em áreas expostas e não expostas. Além disso, o sol passa a ser o principal fator em relação ao fotoenvelhecimento.
Existem diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o fotoenvelhecimento que são coerentes com as alterações bioquímicas e moleculares. No envelhecimento pela idade, a textura da pele é lisa, homogênea e suave com atrofia da epiderme e derme, menor número de manchas e discreta formação de rugas. No fotoevelhecimento a superfície da cútis é áspera, nodular, espessada, com inúmeras manchas e rugas profundas e demarcadas.
Histologicamente a atrofia e retificação da epiderme no envelhecimento cronológico contrasta com a acantose da pele actínica. Os queratinócitos são normais na primeira e displásicos na pele fotoexposta. Os melanócitos são diminuídos conforme a idade, mas aumentam em número e distribuem irregularmente o pigmento na pele lesada pela luz ultravioleta. A pele envelhecida tem menor quantidade de elastina e colágeno e vascularização hormonal. Na pele actínica aparece a zona de GRENZ (faixa eosinofílica cicatricial). As fibras de colágeno tem maior desorganização e as elásticas transformam-se em massas amorfas (elastose), enquanto os vasos tem parede duplicada e infiltrado linfo-histiocitário ao seu redor, caracterizando a heliodermatite.
Finalizando, enfatizamos a importância do estudo e conhecimento do envelhecimento cutâneo, pois quanto mais conhecemos, mais podemos oferecer ao nosso paciente.
Boa noite, Dra. Tenho 57 anos, sou branquinha, com olhos verdes, com ovários policísticos, pele oleosa, couro cabeludo oleoso e cabelos pontas secas, muita queda de cabelo e com acne desde meus 41/42 anos…. e muitos tratamentos, inclusive, roacutan, que não tive nenhuma melhora, mantive a medicação por 1 ano e meio com várias doses diferente, e nada. Durante o uso a quantidade de espinhas era 4 x maior … rosto, colo, braços, penas e tb nas costas…. hoje tomo o espironolactona 150mg/dia, melhorou muito, mas continuo com acne.
Minha última menstruação foi julho/2016.
Pergunta: Se completar 1 ano sem menstruação, posso fazer uso do hormônio do crescimento para aumentar minha massa magra e diminuir as gordurinhas,,, melhorar a pele e retardar o envelhecimento???
Aguardo suas observações
muito obrigada
Agradeço o interesse em meus artigos e saiba que os faço com todo o carinho e comprometimento. No entanto, é necessário esclarecer que a área médica segue a regulação do Conselho Federal de Medicina. Este órgão, até o momento, proíbe o atendimento e as receitas de medicamentos sem que haja o exame físico do paciente. Portanto, é necessária uma consulta para avaliação profunda e completa e melhor indicação de tratamento.
Sem mais, coloco-me à disposição.
Denise Steiner