Manchas
Não há dúvida de que as manchas de pele são causadoras de sérias angústias durante quase todas as fases da vida, pois influenciam na aparência da pessoa. Todas buscam cuidar da estética em vista da sua crescente valorização, havendo uma grande preocupação com relação às manchas de pele.
As manchas dividem-se em escuras, como melasma e melanose, e castanhas, pretas ou brancas, como vitiligo e micoses. A melanose solar ou senil apresenta manchas de cor castanho-claro, escura ou negra, principalmente no dorso das mãos, braços, antebraços e face. São decorrentes do aumento da ação cumulativa do sol na pele, observadas em pessoas claras após a terceira década de vida.
A recomendação é usar filtro solar várias vezes ao dia para evitar que as manchas apareçam. Quando elas já se fazem presente, cremes à base de ácidos, agentes clareadores e peelings são tratamentos interessantes para sua retirada. Para eliminar as marcas da pele, o laser também é um método eficaz.
Melasma ou cloasma é uma alteração da pele caracterizada por manchas escuras que ocorrem na face, quase sempre em mulheres. Surgem após exposição solar, gravidez ou terapia hormonal. Tendência genética e característica racial influenciam no aparecimento do melasma. São freqüentes as manchas nas maçãs do rosto, testa, nariz, lábio superior e têmporas. O tratamento implica o uso de bloqueadores solares potentes e substâncias despigmentantes como hidroquinona e ácidos. Peelings superficiais podem colaborar no processo. Facilita a penetração dos despigmentantes e removem o pigmento da pele.
Outro tipo comum de mancha são as brancas. Uma infecção causada por um fungo chamado Malassezia furfuur. A doença apresenta manchas de cor variável, assintomáticas e com leve descamação na superfície. O fungo produz uma substância de ação tóxica que destrói o pigmento da pele temporariamente. Freqüente em regiões de clima quente e úmido acomete adultos de ambos os sexos e está associada à umidade, o uso de roupas sintéticas, praias, piscinas e estresse.
Combater a umidade e antifúngicos tópicos e sistêmicos acabam com o problema. Como as manchas podem persistir por meses após o tratamento, a repigmentaçao é ser estimulada pela exposição à luz solar.
Um dos tipos mais preocupantes é o vitiligo. Difícil de tratar, são manchas acrômicas (sem cor), de tamanho e forma variados, que se espalham por todo o corpo sem apresentar nenhum outro sintoma. É resultante de um defeito na célula que produz a melanina, o chamado melanócito. Não é contagioso e acomete pessoas de todas as idades, com maior incidência entre os jovens.
Traumas físicos e/ou emocionais parecem ter um papel fundamental no vitiligo. Não é raro o doente relatar o surgimento das primeiras manchas depois de choques emocionais graves. Observa-se uma relação direta entre o estresse e o aumento do número de manchas brancas. O curso da doença é imprevisível. A repigmentação espontânea das lesões poderá ocorrer em 10% a 20% dos pacientes.
Medicações tópicas e de uso sistêmico são utilizadas com o propósito de estimular os melanócitos.
Cremes com corticóides e banhos de luz têm bons resultados a longo prazo. Drogas que regulam a imunidade da pele têm sido usadas topicamente com resultados promissores. O uso de cosméticos para disfarçar as manchas é comum. Permitem um excelente resultado estético e uma melhor convivência social com a doença, atenuando os efeitos emocionais negativos.
As manchas senis são manchas brancas em gotas de 2 a 5 mm de diâmetro e ocorrem em áreas expostas da pele pela ação cumulativa da luz solar, após os 30 anos. Surgem principalmente nos membros superiores e inferiores, com evolução crônica, sem tendência à malignidade.
O tratamento é difícil. Estimular a coloração da pele com terapias à base de nitrogênio líquido e microabrasão da pele são as opções possíveis para tentar reverter o quadro. O ideal é prevenir novas manchas usando protetor solar de amplo espectro.
Pintas
As pintas já foram consideradas um símbolo de sensualidade, como na atriz Marilyn Monroe, ou ainda hoje, na modelo Cindy Crawford. Aparentemente, são marcas inofensivas e constituem um traço pessoal. Mas elas perdem o glamour quando apresentam algumas características que podem levar, nos casos mais graves, ao câncer de pele.
O melanoma é um tumor maligno desenvolvido a partir das células que produzem a melanina, o melanócito. Essas células começam a se multiplicar desordenadamente e podem cair na circulação sangüínea ou linfática, atingindo outras partes do corpo como fígado, pulmão ou qualquer órgão, dando origem á metástase. O melanoma é o tumor de pele mais grave, que pode levar à morte. Daí a importância de fazer o auto-exame das pintas com certa freqüência.
Nem sempre uma pinta isolada vai se transformar em um melanoma, mas é aconselhável diagnosticar o problema antes da sua multiplicação. Uma regra ajuda a entender e envolve as quatro primeiras letras do alfabeto: A, B, C e D. Quando um dos itens estiver presente, a recomendação é procurar um médico e retirar a pinta para exame.
- A. de assimetria: se imaginarmos uma divisão ao meio da pinta, os dois lados não são iguais.
- B. de borda: se esta for irregular, serrilhada ou não uniforme.
- C. de cor: se for escura (preta ou azulada) ou mosqueada (mais de uma cor numa mesma pinta).
- D. de dimensão: se for maior que 6mm de diâmetro.
- Observar se a pinta não cresceu, inflamou ou sangrou.
O tratamento seguro e eficaz para as pintas é a retirada cirúrgica, seguida de biópsia para avaliação.
Deve haver controle médico semestral ou anual, dependendo do tipo e da profundidade da pinta extraída.
Câncer de pele
Apesar da amplitude da divulgação da importância do filtro solar, a incidência de câncer tem aumentado muito nos últimos anos. O avanço da doença se deve à agressividade do sol, que perdeu grande parte da camada de ozônio, permitindo a passagem dos raios ofensivos à pele.
Os tipos de câncer de pele mais comuns são o carcinoma, o basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. O primeiro apresenta-se como uma tumoração perolada ou uma pequena ferida que não cicatriza e geralmente aparece nas áreas expostas de pessoas com pele muito clara. O basocelular é mais endurecido e cresce rápido, podendo apresentar ulceração local.
Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular têm relação intensa com o sol. São mais freqüentes em pessoas de pele e olhos claros, que tiveram grande exposição solar durante a vida. O melanoma apresenta-se como lesão castanha ou negra de bordas e cores irregulares. Pode haver mudanças bruscas em pouco tempo, como inflamação e sangramento. Tem relação com o sol, mas a predisposição genética tem grande importância no melanoma.
É preciso estar atento às mudanças na pele, principalmente àquelas marcas que mudam e não se cicatrizam. O câncer de pele é passível de cura quando diagnosticado precocemente. Caso contrário, o tratamento é mais complexo e a cura mais difícil. O ideal é sempre prevenir. Usar filtro solar diariamente e controlar a exposição ao sol. Os horários permitidos são antes das 10h e após as 15h, quando os raios são menos agressivos à pele.
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