CICATRIZES
Nosso corpo, órgãos e inteligência estão voltados para proteger a vida. Quando somos agredidos na pele, por um corte, seja por cirurgia, machucado por trauma ou queimadura, há uma reação imediata de proteção e regeneração, que é o processo conhecido como cicatrização. Esse processo tem 3 fases:
A primeira fase é a inflamação que ocorre imediatamente até 3-4 dias consecutivos. Essa fase da cicatrização está relacionada ao processo imediato de coagulação, com a chegada das plaquetas, que trazem os fatores de crescimento e também as células de defesa. Nesse momento há uma tentativa de limpar a ferida e intensificar a formação de tecido novo. A segunda fase da cicatrização é a fase proliferativa, com tecido de granulação, que ajuda na angiogênese, reepitelização e reconstrução inicial do local agredido. Essa fase começa por volta do 3º dia e vai até o 10º - 12º dias. A partir aproximadamente do 10º dia inicia a fase de remodelação, que é caracterizada pela formação de colágeno novo. Este processo de cicatrização é complexo e sincronizado como uma orquestra em que não há notas desafinadas. Porém, quando ocorre desequilíbrio e descontrole, seja por fatores internos ou externos, pode ocorresse a cicatriz hipertrófica ou queloide.
Cicatriz hipertrófica é aquela cicatriz que fica alta e espessa, avermelhada, sem ultrapassar os limites do trauma que ocorre na pele. Ela pode ser ligeiramente dolorida. O queloide, tem influência genética, ocorrendo mais na pele negra e caracteriza-se por um processo intenso de produção de colágeno que ultrapassa muito os limites do trauma na pele. Sendo mais incomodo e atingindo tamanhos anormais (ex: um furo na orelha causa uma lesão do tamanho de um tomate). Esses processos estão marcados por uma intensa produção de colágeno, produzindo processos fibróticos endurecidos e descontrolados. Nesses casos, o fator de crescimento TGFβ1 e TGFβ2 estão desequilibrados e o aspecto histopatológico demonstra formação anormal de colágeno. Vários fatores influenciam na formação da cicatriz hipertrófica e queloide: tipo de pele, local do corpo, tipo de cirurgia, infecção no local do corte, tensão, estado nutricional, hormônios, formação de hematomas, entre outros.
Conhecendo melhor a etipatogênese das cicatrizes, poderemos ter mais armas para tratamentos mais eficientes.
Um tratamento sempre presente é o uso de géis ou placas de silicone. O seu mecanismo de ação não está totalmente claro, porém é interessante que o local seja protegido e mantenha-se hidratado. O laser pulsado de corante “Pulsed Dye Laser” pode ser usado em cicatrizes vermelhas, pois destrói os vasos, diminui a inflamação, assim como a produção de TFGβ1, evitando a formação de excesso de colágeno
O 5-fluoracil e também a bleomicina, são usados em cicatriz hipertrófica e queloide, promovendo destruição das células por apoptose e também interferem no processo inflamatório diminuído a fibrose.
A microinfusão de medicamento na pele, utilizando um aparelho similar aquele de realizar tatuagens, reúne dois mecanismos de ação que são a picadura na superfície cutânea e também a ação da droga propriamente dita. Sendo assim, podemos utilizar com essa técnica drogas como corticoide, 5-fluoracil e bleomicina, os quais interrompem o processo de formação excessiva de colágeno.
A mensagem principal deste texto pode ser resumida em 3 pontos fundamentais:
1-É importante conhecer o mecanismo de ação da cicatrização para agir nos alvos mais interessantes e relevantes.
2-É crucial avaliar cada paciente e cada situação, pois podemos prevenir o aparecimento de cicatriz, evitando: realizar cirurgias em fumante inveterados, locais críticos, infecção por assepsia inadequada, formação de exagerada de hematomas, entre outros.
3- E finalmente o 3º ponto, agir rapidamente para que possamos evitar as cicatrizes.
a. Curativos oclusivos
b. Laser para vasos a partir do 15º dia
c. Infiltração de drogas, dependendo da intensidade do processo o mais breve possível.
d. Uso de MMP, que é interessante por ter poucos efeitos colaterais e ação específica.
Qual é o nome do aparelho q você usa para mmp?
De acordo com as regras do CRM (Conselho Federal de Medicina) não podemos divulgar nomes comerciais. Fico à disposição caso queira me contatar para mais explicações sobre o procedimento, 11 5185-0570 ou, se quiser enviar um email para [email protected]