CÂNCER DE PELE
O câncer de pele é o mais comum dentre todos os tumores que podem afetar o ser humano, responsável por 1/3 de todos os casos de câncer ao redor do mundo. No Brasil, o câncer de pele é o mais frequente.
O principal fator de risco no desenvolvimento de câncer de pele é a EXPOSIÇÃO SOLAR. A exposição solar crônica é o mais importante na gênese de um câncer de pele. O risco de desenvolver um câncer de pele é 5 vezes maior aos 75 anos se comparado a um individuo de mesma cor de pele com 50 anos. Isto mostra a importância do efeito cumulativo da exposição à radiação solar. Contudo, a exposição aguda e as queimaduras solares que geram bolhas, também são fatores de risco no desenvolvimento de câncer de pele. Pessoas com história de queimaduras solares na infância têm um risco maior de desenvolver melanoma.
Hoje existe grande controvérsia a respeito da vitamina D e o câncer de pele. Muitos médicos aconselham seus pacientes a tomar sol para melhorar os níveis dessa vitamina. Nesse sentido, é bom relembrar alguns conceitos: a radiação solar tipo B que ativa a produção de vitamina D chega à superfície terrestre entre 11 e 14 horas. É a mais agressiva e mais relacionada ao aparecimento do câncer de pele.
As pessoas idosas têm uma capacidade de produção de vitamina D mais baixa. Em indivíduos de 60 anos ou mais precisam de grande quantidade de luz solar para estimular sua produção de vitamina D. Concluindo, se o idoso seguir esta orientação, corre o risco de desenvolver o câncer de pele. Um caminho mais interessante é a suplementação oral de vitamina D.
Tipos de câncer da pele
O mais comum e felizmente menos agressivo é o carcinoma basocelular (CBC), que corresponde a 70% dos casos e atinge pessoas que tomam muito sol sem proteção ao longo da vida. Tem aparência avermelhada de uma ferida que nunca cicatriza. É encontrado frequentemente nas partes do corpo que ficam mais expostas ao sol como rosto e pescoço. A evolução desse tipo de câncer é mais lenta e a predisposição de invasão (metástase) para outros órgãos é baixa. Quando o tumor é retirado precocemente, as chances de cura são altas.
Com 25% dos casos está o carcinoma espinocelular (CEC), que também é avermelhado e endurecido, aparecendo com frequência nos lábios. Sua evolução é mais agressiva e pode atingir outros órgãos, caso não seja retirado com rapidez.
O terceiro tipo é chamado de MELANOMA, o mais perigoso dos tumores de pele, detectado em cerca de 4% dos pacientes. Tem aparência de uma mancha preta assimétrica e irregular. Esse tipo possui um componente genético importante, com grandes chances de metástase. Quando diagnosticado precocemente, pode ser retirado com grandes chances de cura. No entanto, quando não é retirado a tempo de evitar a metástase, leva a vários comprometimentos que podem se tornar muito sérios.
Diagnóstico do câncer de pele
É comum os pacientes terem várias dúvidas a respeito do diagnóstico do câncer de pele, como: Quando se deve desconfiar de alguma lesão? Que sinais chamam mais a atenção? Que tipo de paciente tem mais probabilidade para o câncer de pele? O melanoma pode ser confundido com outros tipos de câncer de pele?
A desconfiança começa pela análise clínica. Lesões que repetidamente aumentam, escurecem, mudam de cor, inflamam, sangram ou apresentam qualquer mudança brusca, são dados significativos para desconfiar e buscar ajuda médica. Informações sobre o aparecimento da lesão e dados sobre o paciente e sua família também são importantes. Quando alguém na família já tem ou teve melanoma, é uma informação que pesa muito para o risco do paciente.
Pessoas mais claras, com olhos e cabelos claros, com câncer de pele na família, que tiveram queimaduras frequentes e graves pelo sol, devem estar atentas e procurar ajuda médica e especializada para o diagnóstico precoce de lesões suspeitas.
O exame de dermatoscopia auxilia muito no diagnóstico, pois fornece dados a respeito da lesão que irão compor informações para o resultado final. Esse exame é feito com um aparelho chamado dermatoscópio, que possui uma lente especial que amplia e melhora a visualização da lesão, colaborando para um diagnóstico mais preciso. O diagnóstico definitivo é fechado pela biópsia ou exame histopatológico da lesão, que é através de visualização das células.
Fique atento à regra ABCD:
A – assimetria X simetria
B – borda (irregular) X borda (regular)
C – Cores variadas X cor única
D – Diâmetro > 0,6 cm X diâmetro < 0,6 cm
As lesões assimétricas com borda irregular, cores variadas e com diâmetro maior que 0,6 cm são mais suspeitas e vão nortear o pedido do exame histopatológico. Os índices de cura da doença são elevados, principalmente quando o câncer é detectado no início e não se enquadrar no tipo melanoma, o mais grave.
Mas, é preciso que cada um faça a sua parte. Proteger-se do sol é a principal medida de prevenção contra o câncer de pele; dessa forma, a utilização de protetor solar é essencial. É preciso usar o filtro diariamente, mesmo em dias nublados ou chuvosos.
O dermatologista é o especialista que diagnostica e trata o câncer de pele e por essa razão, enfatiza a proteção em relação ao sol.
Dada a importância e gravidade do tema, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mantém um Programa Nacional de Combate ao Câncer de Pele. Estabeleceu o Dia Nacional do Combate ao Câncer, ou Dia C, que ocorre sempre no mês de novembro e reúne milhares de dermatologistas para ações voluntárias de atendimento, orientação e prevenção. Este ano, o Dia C ocorre em 26 de novembro. Confira as ações da SBD e os locais no site: