SÉRIE: Nutracêuticos na prevenção e tratamento do envelhecimento cutâneo – Parte II

Publicado por denisesteiner em

Hoje vou abordar a importância dos radicais livres no envelhecimento. Afinal, é possível ou não neutralizar seu efeito no organismo?

OS RADICAIS LIVRES ACELARAM O ENVELHECIMENTO

De acordo com a teoria dos radicais livres (Denham Harman – Universidade de Nebraska 1950), espécies reativas de oxigênio (ROS), decorrentes principalmente do metabolismo oxidativo celular, desempenham um papel importante, tanto no envelhecimento cronológico, quanto no foto envelhecimento. Apesar dos diversos mecanismos antioxidantes existentes no organismo, que se deterioram com o aumento da idade, mantém-se um dano celular abundante pelas ROS. Esse dano leva ao aumento secundário ainda maior das ROS e à diminuição das capacidades antioxidantes, e, por fim, ao envelhecimento celular. Tanto no envelhecimento extrínseco, quanto no intrínseco, pode-se culpar as ROS pelo favorecimento de transcrição c-Jun via MAPK (proteino kinases ativadas por mitógenos). Essa indução ativa o decisivo fator de transcrição AP-1 (proteína ativadora-1), levando à expressão de metaloproteinases de matriz MMP-1 (colagenase intersticial), MMP-3 (estromalisina-1) e MMP-9 (gelatinase-b) e prejudicando a manifestação do procolágeno tipo 1.

O organismo é capaz de utilizar processos fisiológicos para neutralizar os radicais livres. Por exemplo, enzimas como a catalase e a glutationa peroxidase quebram o peróxido de hidrogênio, transformando-o em água, ajudando assim, a eliminar as espécies reativas de oxigênio. Infelizmente, com o envelhecimento e sob algumas condições, como tabagismo, ingestão de toxinas e exposição à radiação ultravioleta, formam-se mais radicais livres do que o sistema antioxidante do corpo é capaz de neutralizar, criando um processo chamado “estresse oxidativo”.

PESQUISAS DEMONSTRAM QUE ADICIONAR ANTIOXIDANTES EXÓGENOS PARA SUPLEMENTAR A RESERVA DE ANTIOXIDANTES ENDÓGENOS DO CORPO, PODE REDUZIR O ESTRESSE OXIDATIVO A UM NÍVEL MÍNIMO.

ANTIOXIDANTES E A PELE

Os antioxidantes têm sido utilizados há muito tempo pela indústria cosmecêutica devido aos seus prováveis benefícios, prenunciando propriedades anti envelhecimento e anti-inflamatórias. Além disso, apresentam características anticarcinogênicas, por neutralizarem os radicais livres gerados pelo metabolismo celular e radiação ultravioleta.

O uso de substâncias com propriedades antioxidantes, capazes de combater os efeitos deletérios dos radicais livres é cada vez mais difundido.

São considerados antioxidantes clássicos a vitamina C, a vitamina E, o betacaroteno, o zinco e o selênio, mas novos compostos são cada vez mais estudados na tentativa de otimizar os resultados.

Um estudo de 2008 publicado no International Journal of Edidemiology demonstrou que uma dieta mediterrânea, constituída por peixes, frutas, verduras e nozes, poderia proteger contra o melanoma, mesmo após análise do tipo de pele, exposição ao sol e histórico familiar. Outros estudos de caso-controle demonstraram de forma semelhante, uma relação inversamente significativa entre o consumo de alimentos ricos em vitamina A e o risco de melanoma maligno, indicando um potencial efeito de proteção. Outro grupo de pesquisa da Inglaterra, evidenciou que uma alimentação rica em licopeno oferece cerca de um terço a mais de proteção contra queimaduras de sol. Alguns estudos investigaram se a alimentação estava relacionada ao envelhecimento da pele em locais de exposição solar, sendo evidenciado que um alto consumo de verduras e azeite de oliva aparentemente fornecia proteção contra os danos cutâneos actínicos.

Um estudo foi realizado com voluntários saudáveis, de idades entre 40 e 50 anos, sobre a relação da concentração de antioxidantes na pele e a aspereza cutânea. A aspereza foi determinada pela profundidade e densidade dos sulcos e rugas. Descobriu-se que indivíduos com alta concentração de antioxidantes na pele exibiam níveis menores de aspereza cutânea que indivíduos com níveis menores de antioxidantes. Um estudo adicional investigou a melhora da estrutura da superfície cutânea após a ingestão sistêmica de antioxidantes e/ou uso tópico de cremes contendo antioxidantes.

2 respostas para “SÉRIE: Nutracêuticos na prevenção e tratamento do envelhecimento cutâneo – Parte II”

  1. Val disse:

    Doutora, to meio desesperada, há mais ou menos uns 2 meses ou mais to com uns carocinhos vermelhos no meu rosto, parecem espinhas, na testa e na bochecha, ja passei varios cremes, varios sabonetes, varias pomadas, n fui ao dermatologista ainda pois aqui na minha cidade é mt caro, queria tanto que a senhora me ajudasse 🙁

    • denisesteiner disse:

      Agradeço seu contato.
      É importante lembrar que cada situação é individual. Sendo assim, é fundamental a consulta médica para avaliação e recomendação adequada do tratamento apropriado.
      Ratificamos que a prática de diagnóstico ou consulta por e-mail ainda é proibida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e portanto o médico pode ser penalizado se assim proceder.

      Denise Steiner

Pesquisar

Clínica Denise Steiner. Dermatologia | 2017. Todos os direitos reservados
Desenvolvido por medconsulting.com.br