Novidades do Congresso Internacional da Academia Americana de Dermatologia – 3 a 7 de março/2017 – MELASMA

Publicado por denisesteiner em

Com relação ao melasma, um tema bastante complexo e sempre citado na Academia Americana, falou-se muito sobre a etiopatogênese que aborda suas causas e sua origem. A causa do melasma não está totalmente definida, mas com certeza há várias influências, desde a radiação ultravioleta, uma das principais e já bastante conhecida, até a questão dos hormônios e também,  outras causas mais recentes, como o excesso de vascularização.

Hoje o melasma tem sido considerado também como uma doença vascular, onde os vasos estão dilatados nessa região e há expressão bastante forte de alguns fatores de crescimento relacionados a parte vascular.

Além disso, começa a se dar muita importância à barreira cutânea do melasma, o que significa que essa barreira não pode ser rompida - ela está relacionada a todo tipo de mecanismo que influencia na manutenção das condições da pele. Então, se a pele está desidratada, a barreira fica prejudicada; se a pele está machucada; se esfria muito; se esquenta muito; todas essas situações podem prejudicar o equilíbrio dessa barreira e provocar uma inflamação na pele. Assim, há muita discussão atualmente em relação ao melasma e por isso, cada vez menos se fala de usar produtos muito agressivos que possam provocar irritação.

Outra abordagem falada novamente sobre o melasma, é o uso do ácido tranexâmico, uma substância que inibe a plasmina, que está envolvida no estímulo de melanogênese. Dessa forma, quando usamos uma substância que inibe a plasmina, inibimos estímulos negativos que podem gerar maior produção de melanina.

Falou-se também, a respeito de usar laser para vasos, tecnologia Dye laser, ao invés de só usar laser para combater a pigmentação. Os lasers para vasos eliminariam os vasos dilatados e excessivos e poderiam contribuir muito para a manutenção do melasma.

Em relação ao laser Q-switched ND-YAG, o mais indicado para tratar o melasma, realmente se demonstrou que além de quebrar o pigmento, ele também consegue inibir o melanócito. Se pensarmos no melanócito como uma célula parecida com um polvo com prolongamentos tipo tentáculos, cheio de braços, é como se esse laser conseguisse encolher esses bracinhos. O tratamento com a associação dos dois tipos de lasers também é interessante e deve ser avaliado.

Logicamente nem estou falando da proteção solar que é a premissa fundamental para proteção do melasma. Lembrar também que quando falo de ácido tranexâmico, o principal uso é via oral, com dose de 250 miligramas 3 x ao dia.

6 respostas para “Novidades do Congresso Internacional da Academia Americana de Dermatologia – 3 a 7 de março/2017 – MELASMA”

  1. patricia disse:

    Dra, uso o Blancy tx da mantecorp, vc gosta desse produto para o tratamento por conter o a tanexamico,? e o blancy contem retinol e alpha arbutin, ele tem perigo de fotossensível e dar efeito rebote na pele? obrigada.

    • denisesteiner disse:

      Eu gosto do produto, mas tratar apenas com ele, em geral, é meio fraco, mas é um bom produto, pois tem ácido tranexâmico e outros clareadores.

  2. Marcela M disse:

    Dra, o uso do ácido tranexâmico é por tempo indeterminado? E o uso de pycnogenol e luteina? São indicados? Obrigada !

    • denisesteiner disse:

      É preciso enfatizar sempre que o uso do ácido tranexâmico só pode ser feito com orientação médica. Por isso é preciso fazer uma consulta pessoalmente, onde o médico vai avaliar a utilidade deste ácido e, principalmente, se há restrições ou não, porque trata-se de um remédio.

  3. Valéria disse:

    Olá!
    Qual o posicionamento dos Dermatologistas quanto ao uso crônico de antioxidantes como: Polypodium Leucotomos, pycnogenol e luteina?

    • denisesteiner disse:

      Boa tarde,
      Não há um posicionamento institucional. Os antioxidantes geralmente tem doses não medicamentosas, mas cada caso deve ser avaliado individualmente. Quando bem indicado, no contexto da situação de cada individuo, eles são prescritos normalmente por períodos de 4 a 6 meses.

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