Novidades do Congresso de Dermatologia de Portugal – Novembro de 2015 – Parte II

Publicado por denisesteiner em

OUTRAS FACES OU VISÕES SOBRE A ALOPECIA ANDROGENÉTICA

A alopecia androgenética, também conhecida como calvície, é uma doença muito prevalente, comprometendo cerca de 80% dos homens e quase 50% das mulheres até a idade de 80 anos. As mulheres ficam literalmente desesperadas e com grandes feridas na sua autoestima, a ponto de cancelarem compromissos sociais, se isolarem e ficarem com depressão.

Hoje, a visão da alopecia não é de algo simplesmente genético, onde a mulher e o homem tem a pré-disposição. Atualmente, é sabido que a partir do conhecimento da epigenética, que estuda e analisa os fatores ambientais e circundantes, podem influenciar na mesma. Sendo assim, fatores hormonais, doenças, estresse, remédios, procedimentos estéticos, dermatite seborreica, alimentação, podem afetar esse quadro. Portanto, uma anamnese profunda, detalhada e competente é necessária para fazer o diagnóstico correto, avaliando todas as influências que existem em cada caso.

É necessário evitar a caspa e a inflamação no couro cabeludo, assim como combater o excesso de oleosidade. Doenças da tireoide, anemia, artralgias e a diabetes precisam ser controladas e tratadas. A alimentação deve ser equilibrada evitando leite e derivados do leite em excesso, assim como, alimentos de alto índice glicêmico que podem favorecer o aumento do hormônio do crescimento similar a insulina,que facilita e aumenta a inflamação. Todos esses fatores assim como a complementação com vitaminas e o uso de medicações especificas podem ajudar.

Nesse congresso foi apresentada uma nova droga tópica que parece promissora no tratamento da alopecia androgenética. Trata-se da adenosina 0,75%, substância que foi usada em 38 pacientes 1x ao dia por 6 meses e mostrou-se segura e eficaz. Todas as medidas gerais também devem ser utilizadas.

O tratamento complementar com terapia transdérmica é interessante e consiste em fazer tratamentos semanais no consultório médico, onde serão provocados microfuros na pele com aparelho similar ao de fazer tatuagem, e também associada ao uso da bimatoprosta no couro cabeludo.

É importante realçar que essas propostas terapêuticas têm poucos efeitos colaterais e eximem o indivíduo de usar remédios sistêmicos que têm efeitos mais gerais e comprometedores.

RAPAMICINA NO TRATAMENTO DOS ANGIOFIBROMAS E HEMANGIOMAS

Os angiofibromas são tumores benignos que aparecem na pele principalmente nos casos de esclerose tuberosa. São lesões papulosas avermelhadas e endurecidas que, devido a grande quantidade, acabam constrangendo a pessoa comprometida.

Alguns trabalhos recentes têm demonstrado que o uso tópico do sirolimus ou rapamicina pode reverter e diminuir a angiogenese e melhorar o aspecto desses tumores, assim como evitar seu crescimento. Essa descoberta pode abrir caminho para o tratamento de outras doenças inflamatórias como a rosácea e a psoríase. O mecanismo de ação não está totalmente explicado, mas a substância parece diminuir a formação e aumento dos vasos, diminuindo também a inflamação.

5 respostas para “Novidades do Congresso de Dermatologia de Portugal – Novembro de 2015 – Parte II”

  1. Conteudo bastante enriquecedor. Parabéns !!!

  2. Michelle A. disse:

    Algo já sabido sobre o uso topico do minoxidil associado ao bimatoprosta pra queda capilar?

    • denisesteiner disse:

      Agradeço o interesse em meus artigos e saiba que os faço com todo o carinho e comprometimento. No entanto, é necessário esclarecer que a área médica segue a regulação do Conselho Federal de Medicina. Este órgão, até o momento, proíbe o atendimento e as receitas de medicamentos sem que haja o exame físico do paciente. Portanto, é necessária uma consulta para avaliação profunda e completa e melhor indicação de tratamento.
      Sem mais, coloco-me à disposição.
      Denise Steiner

  3. Daisiane disse:

    Boa tarde!

    Drª Denise, minha filha tem esclerose tuberosa, e possui angiofibromas na face, sou de São José dos Campos e por aqui é difícil encontrar um tratamento, esse tratamento com rapamicina já está aqui no Brasil, é possível fazer?

    • denisesteiner disse:

      Esse tratamento com rapamicina eu trouxe como uma sugestão de Portugal, mas, na época, em 2015, não havia essa possibilidade no Brasil. Vou verificar novamente, mas acredito que ainda não exista aqui.

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