Segredos para a sua dieta dar certo!

Muitos fazem dieta, mas poucos perdem peso. Por que as dietas não funcionam e quais os segredos para a sua dieta dar certo?

Dieta é o assunto mais frequente nos consultórios hoje. Depois do extenso debate sobre as dietas South Beach, dieta Atkins, dieta do tipo sanguíneo a dieta voltou ao centro das atenções após a divulgação de um estudo sobre a falta de eficácia da dieta na prevenção do câncer. Afinal, fazer dieta funciona?

Fazer dieta é melhorar os hábitos alimentares para evitar doenças específicas (obesidade, doença cardiovascular ou câncer). A adoção de uma dieta deve ser baseada em objetivos claros que vão determinar os alimentos a serem consumidos e o tempo necessário para atingir o objetivo da dieta. Se um portador de diabetes faz uma dieta pobre em carboidratos para controlar a glicemia, em um dia ele pode notar melhora das dosagens de glicose no sangue. Se um adulto faz uma dieta pobre em gordura para reduzir o colesterol, ele provavelmente passará alguns dias fazendo dieta a fim de melhorar o seu colesterol.

A principal razão pela qual alguém faz uma dieta é o peso. Para perder peso a dieta deve conter alimentos cujo total de calorias seja inferior à energia gasta no mesmo período. Em média consumimos cerca de 2000 calorias ao dia. Se uma pessoa faz uma dieta de 1600 calorias, mas gasta 1480 calorias com um dia de pouca atividade física e muito escritório, apesar de fazer uma dieta, ao final do mês terá acumulado cerca de 500g, em um ano 6 quilos. E a diferença de calorias entre consumo e gasto energético equivale apenas a um bombom de cereja ou uma xícara de leite!

Curiosamente, pessoas mais obesas (pesando mais quilos) tendem a ter uma perda de peso com dieta maior que as mais magras. Isto ocorre porque para qualquer atividade (como por exemplo, tomar um banho) este indivíduo carregará alguns quilos a mais se deslocando, logo, seu gasto energético é maior, portanto a diferença entre o consumo de calorias na dieta e gasto nas atividades será maior em relação ao mais magro. Para cada 10 quilos que engordamos o gasto energético aumenta entre 100 e 150 calorias.

Infelizmente existem vários fatores para que uma dieta não funcione: a adoção de medidas radicais, a falta de atividade física, a desinformação, o adoção de dietas que não são adequadas ao paladar individual de cada pessoa.

A dieta é, muitas vezes, pensada como uma mudança radical no hábito alimentar que levará a um resultado proporcional ao sacrifício realizado durante uma dieta. A adoção de restrições radicais na dieta impossibilita sua manutenção por tempo prolongado.

Restringir o consumo de calorias durante a dieta desencadeia mecanismos fisiológicos de sobrevivência que reduzem o gasto energético corporal. Caso contrário, a falta de alimento nos levaria a morte em poucos dias. Enquanto reduzimos as calorias fazendo dieta, o corpo reage reduzindo o gasto energético, o que dificulta a perda de peso. Para tornar uma dieta mais eficaz é necessário aumentar o gasto energético com atividade física.

Pessoas sedentárias apresentam mais dificuldade em perder peso com dieta, comparadas às mais ativas. O gasto de energia, fator determinante na perda de peso, varia de acordo com a proporção de massa muscular em relação à gordura. Quanto mais massa muscular, maior o gasto energético e mais fácil é a perda de peso na dieta. Indivíduos sedentários têm menor quantidade de massa muscular, menor gasto energético e mais dificuldade em perder peso após uma dieta. Além disso, durante o envelhecimento ocorre perda de massa muscular e ganho de gordura o que torna cada vez menor o gasto energético de nosso corpo.

Outro problema comum são crenças populares de caráter pseudocientífico (acreditar que o tipo sanguíneo influencia o metabolismo energético, que o vilão das calorias é um grupo alimentar como proteínas ou carboidratos ou que o segredo está em descobrir uma solução mágica no reino vegetal como a porangaba).

A dieta é uma oportunidade de reeducação do estilo de vida. É o momento crítico onde alguém, que sempre teve hábitos alimentares e de atividade física prejudiciais à qualidade de vida, opta por tentar modificar estes hábitos. Busca-se o equilíbrio do peso, o equilíbrio do gasto e consumo energético. A dieta deve conter todos os grupos alimentares de forma equilibrada. A opção por uma dieta inadequada, a desinformação que as dietas da moda e as crenças populares causam pode arruinar este momento único e especial levando a uma descrença da possibilidade de melhora e uma sensação de fracasso.

A necessidade de dieta deve ser avaliada por um médico a fim de traçar objetivos claros a serem alcançados (perda de peso, melhora de glicemia, colesterol, redução de lesões articulares), avaliar e tratar distúrbios emocionais que possam interferir com a alimentação e orientar mudanças de estilo de vida para aumentar o gasto energético, bem como avaliar o risco cardiovascular da prática de atividade física.

O acompanhamento por nutricionista permite elaborar uma dieta que atenda aos objetivos do paciente, respeitando os hábitos individuais de cada uma e adequando a alimentação ao paladar de quem faz a dieta. O atendimento multiprofissional (médico, nutricionista e psicóloga) aumenta a chance de sucesso da dieta e estimula a manutenção dos bons hábitos adquiridos.

 

Então, quais são as estratégias vencedoras de uma dieta? O roteiro básico da dieta é:

  1. Descubra com o seu médico qual a sua necessidade energética basal (quantidade de calorias necessárias para sua sobrevivência). Uma dieta com menos calorias do que isso não permitirá que você sobreviva, a menos que você abandone a dieta.
  2. Descubra qual é seu objetivo. Muitas pessoas querem melhorar suas curvas (bumbum, pernas) e buscam dietas restritivas para perder peso. Algumas só precisam trocar gordura por músculos (que dão forma ao seu corpo) sem precisar modificar o peso total ou mesmo a dieta.
  3. Balanceie o conteúdo da dieta. O corpo precisa de carboidratos para queimar energia e proteínas para construir massa muscular, cortá-los da dieta pode causar um apagão energético ou definhar sua silhueta.
  4. Mova-se durante a dieta. O gasto energético pode ser aumentado levando o cachorro passear, subindo escadas ou andando na empresa. A dieta sozinha não faz milagres
  5. Fazer dieta não é comer mal. Das marcas famosas aos restaurantes da moda, todos hoje buscam reduzir calorias. A ajuda de um nutricionista permite uma dieta rica em sabores e temperos e pobre em calorias.
  6. Dieta é organização do tempo, organize-se. Reserve os horários das refeições com a mesma prioridade dada ao trabalho e ao lazer. Evite atrasar ou deixar de fazer uma refeição determinada na sua dieta.
  7. Não se deixe levar por soluções mágicas como fórmulas e anfetaminas, os efeitos colaterais e o ganho de peso após a suspensão da medicação tornam você pior após o tratamento.
  8. Evite dietas que todos estão fazendo. A população de todo o planeta está cada vez mais obesa, logo é provável que o senso comum sobre dieta não é a melhor dieta para você. Procure um médico ou nutricionista e planeje a sua própria dieta. Personalize sua dieta.

 

Dr. Rogério Silicani Ribeiro – Endocrinologia

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Mestre em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)
Fellowship no Brigham and Women´s Hospital – Harvard Medical School
Graduação e Residência na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)

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