Novidades do Congresso Mundial de Dermatologia: SOL, CÂNCER DE PELE, VITAMINA D

Publicado por denisesteiner em

Dando continuidade aos temas de maior destaque abordados no 23º Congresso Mundial de Dermatologia, vou falar hoje sobre o SOL, CÂNCER DE PELE e a VITAMINA D.

Num país tropical como o nosso, com incidência de sol  durante o ano todo, é praticamente impossível evitarmos totalmente a ação da radiação solar na pele. Confira a seguir, as informações mais atuais e os novos aprendizados sobre esses assuntos.

SOL, LUZ VISÍVEL, INFRAVERMELHO

Se considerarmos a radiação total que recebemos por dia, temos abaixo o percentual de cada tipo de radiação e observamos que, tanto a luz visível como o infravermelho, são bem maiores do que a radiação ultravioleta:

UV – 3%

Visível 44% - exposição a qual estamos expostos

IR infravermelho 53%

O sol é bastante agressivo, como já sabemos, porém a luz visível e o infravermelho chegam a nossa pele em maior quantidade. A agressão causada por essas radiações é feita de forma indireta, estimulando a formação de radicais livres. Precisamos conseguir proteção em relação a essas radiações, pois elas ainda não existem. Nenhum filtro solar do mercado protege da luz visível.

A luz visível atinge muito mais as pessoas que têm maior concentração de pigmentos e, portanto, agride mais aos negros do que brancos, causando eritema e melanogênese. Talvez essa seja a causa dos pacientes mestiços terem mais melasma e também maior dificuldade para evitar o escurecimento da lesão.

Vários trabalhos e medidas têm sido feitas, medindo a agressão da luz visível. Há também agressões imunológicas, como o aumento da expressão do CCL18 que tem sido associado à dermatite atópica e linfomas. A novidade é que através desses estudos conclui-se que a luz visível aumenta a pigmentação, a tirosinase e o CCL18 somente na pele escura e não na pele clara. Atualmente filtros com vitaminas antioxidantes e filtros com cor protegem em parte da luz visível.

TRATAMENTO PARA O CÂNCER DE PELE COM A LUZ DO SOL

Trata-se do uso da terapia fotodinâmica para o tratamento das lesões pré-cancerosas e o próprio câncer de pele (basocelular) quando superficial.

Utiliza-se um creme que é passado nas áreas afetadas (campo cancerizável). Esse creme tem afinidade pelas células cancerígenas e promove uma reação química que deixa essas células evidenciadas. A luz do sol seria o fator de tratamento final, pois teria mais afinidade por essas células marcadas e promoveria a destruição das mesmas. O produto é utilizado em casa e o paciente é orientado como deve tomar sol.

VITAMINA D

Excesso de gordura está associado à Vitamina D baixa. A obesidade pode estar associada a índices mais baixos de Vitamina D, assim como, síndrome metabólica e dislipidemia. Também contribuem para níveis baixos de Vitamina D, vida urbana e doenças em geral.

 Estudos mostram que o nível de vitamina D está relacionado a cor da pele. Estudos diferenciados mostram que pequenas quantidades de luz UVB nos braços 4x por semana é suficiente para manter o nível de Vitamina D em pessoas saudáveis. Lembrar que muitos países consideram valores normais acima de 20ng/dia, normais, e portanto, a interpretação dos exames de sangue que dosam Vitamina D é controversa.

Conclusão: há muitas duvidas sobre a vitamina D, sendo importante estudos que pesquisem esse assunto na profundidade, porém o mais evidente é que não sabemos muito sobre esse assunto.

2 respostas para “Novidades do Congresso Mundial de Dermatologia: SOL, CÂNCER DE PELE, VITAMINA D”

  1. Pedro disse:

    Prezada Dra Denise ,

    Eu apanhei muito sol durante a infância e adolescência , de forma indevida, e hoje aos 36 sofro as consequências . Tenho poiquilodermia leve no colo e no pescoço, a coloração da minha pele de uma forma geral foi muito alterada e se tornou de branca para amarelada , adquiri leucodermia gotata nos braços além de melanoses solares em diversas áreas do corpo. Obviamente esse quadro me causa muito stress e eu gostaria sinceramente de saber se alguma dessas condições citadas é reversível , pois não gostaria de criar falsas expectativas em relação a um possível tratamento . Já visitei alguns dermatologistas e o que percebi foram opiniões controversas em relação ao melhor procedimento para cada caso . Dessa forma, deixo aqui esse post para tentar sanar qualquer ambiguidade.

    Abs

    Pedro

    • denisesteiner disse:

      Pedro,
      O principal é que haja um diagnóstico correto. A poiquilodermia pode ser tratada com luz pulsada e tem bons resultados.

      Denise Steiner

Pesquisar

Clínica Denise Steiner. Dermatologia | 2017. Todos os direitos reservados
Desenvolvido por medconsulting.com.br