9º Congresso de Pesquisas sobre Cabelos realizado em Miami – 18 a 21 Nov 2015 – Novidades
A queda de cabelo em qualquer idade e de qualquer tipo, provoca uma alteração muito significativa na autoestima da pessoa. Em uma consulta dermatológica sobre alguma queixa, é muito frequente haver lágrimas por causa da queda de cabelo, mesmo quando comparamos com o câncer.
O cabelo é uma estrutura multifuncional complexa e que responde a inúmeros estímulos, desde hormônios até inflamações.
O 9th World Congress for Hair Research realizado em Miami foi excelente, pois levantou as principais questões relacionadas às diversas doenças do couro cabeludo e queda de cabelo.
Foram apresentadas pesquisas mais recentes em cabelos e as possíveis drogas que fazem parte destes estudos. É muito importante lembrar que, em vista do grau de alteração emocional relacionado aos problemas de cabelo, é muito fácil se iludir com tratamentos milagrosos. Nesse momento, a crítica, a honestidade e a ética devem priorizar a indicação dos tratamentos específicos.
A alopecia areata apresenta áreas arredondadas ou ovaladas sem cabelo e é conhecida como “pelada”. A doença não é inflamatória e não causa nem dor, nem coceira ou avermelhamento. Pode ser universal, comprometendo as sobrancelhas e pelos de todo o corpo, causando significativa baixa de autoestima.
Hoje os tratamentos são diversificados, sendo utilizados corticoides na forma tópica ou infiltração. Também é feita a sensibilização com difenciprona, que depois, em doses menores, provoca dermatite de contato no local. Essa dermatite, que é uma inflamação, compete com a inflamação imunológica específica, que ataca o folículo piloso e melhora a alopecia com o retorno dos fios. Essa terapia tem que ser feita por médicos; que aplicam a substância 1 x semana até melhora total da queda de cabelo.
Pesquisas recentes apontam o uso de uma nova substância para o tratamento da alopecia areata. Trata-se do tofacitinibe que é um inibidor da JAK, enzima que participa de uma via metabólica já bem conhecida. Esse remédio, por via oral, é indicado para a artrite reumatoide. Em um dos protocolos onde os resultados foram averiguados, foi observada, em princípio “por acaso”, a melhora da alopecia areata.
Os estudos estão agora com o foco no tratamento da alopecia areata, procurando observar qual é a melhor dose. O remédio ainda não está liberado pelos órgãos reguladores – FDA e também ANVISA. Ele é bastante caro e tem efeitos colaterais, porém é uma esperança, principalmente para tratar a alopecia areata grave.
Durante o congresso foram mostrados estudos para avaliar o uso desses inibidores da JAK, de uso tópico. Neste caso haverá menos efeitos colaterais.
Este desafio continua...
Adorei a matéria. Acabei de retornar da dermatologista e vamos estudar o que ocorre com meu cabelo. Estou com 50 anos e comeco a sentir os efeitos da velhice precoce. Menopausa desde os 44 e nunca tive nenhum sintoma da mesma e nao faco RH, apenas tomo damater. Comecei a sentir um comichao, uma dor estranha no topo da cabeca e o afinamento dos fios. Vou realizar o tricograma, e seguir o tratamento indicado, mas vou continuar seguindo seu blog para acompanhar a evolucao do assunto. De fato é assustador pensar que, com o envelhecimento, podemos perder nossos cabelos, claro, nao totalmente, mas um grande volume. Abraco e parabens pelo trabalho.
Poderia me indicar uma farmácia que possua Difenciprona no Brasil? Estou com bastante dificuldade de achar…
Olá! Agradecemos seu contato e interesse. A Difenciprona precisa ser indicada somente pelo médico, pois é um medicamento. É necessária uma consulta para realizar uma avaliação pessoal e a correta indicação.